Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Sáb Dez 14 2019, 20:18
Malakh estava ansioso para saber onde poderiam estar as respostas que eles buscavam.
Uma gigantesca construção dominava o horizonte daquele lugar. Era a famigerada Torre de Babel, um moderno arranha-céu de proporções jamais antes vistas, cuja recente construção foi inspirada na versão bíblica.
Apesar de imponente, a Torre de Babel era um lugar degradante habitado por milhões de pessoas marginalizadas na sociedade iraquiana, haja vista que há alguns anos se estabeleceu um governo autoritário e xenófobo, que retirou os direitos dos imigrantes, dos descendentes deles e de qualquer um que não se encaixasse no perfil considerado tradicional.
O governo então enviou estas pessoas para a Torre, o único lugar em que poderiam viver, para não se misturarem com os considerados puros. Isto acabou criando aquele lugar, que era como uma hipérbole da cidade murada de Kowloon, uma cidade vertical povoada por milhões de excluídos.
- Então, onde fica esse lugar afinal? – perguntou o cavaleiro.
- Não sei exatamente para falar a verdade. – respondeu prontamente Aiacos cujo olhar se perdia em direção ao horizonte daquele dia ensolarado.
- O quê?! A gente veio até aqui e você não sabe a localização do que procuramos? A Mesopotâmia é muito grande, meu filho! – Malakh estava um tanto indignado com a situação.
- Eu sabia, mas estamos no século XXII e esse lugar mudou tanto desde então... Buscamos a Biblioteca de Nínive, a primeira do mundo, construída pelos assírios junto ao palácio real. A localização precisa dela, porém, foi perdida na metade do século passado em meio a guerras e mudanças na topografia da região pelo avanço da urbanização e o descaso com o patrimônio histórico. – Aiacos falava pausadamente e isto apenas deixava Malakh ainda mais irritado, o que sempre divertia o espectro.
- A localização dela? Essa biblioteca foi destruída há milênios! Do que adianta encontrar suas ruínas? Aliás, parece que nem isso restou!
- Eu sei, fui eu quem a destruiu. – replicou Aiacos, que recebeu um olhar desconfiado de Malakh como resposta.
- Sim, eu estive aqui no ano de 612 A.C. e destruí a cidade inteira de Nínive junto com a biblioteca. Eu fiz isso usando um grande poder gravitacional que gerou um buraco negro e é exatamente esse o ponto.
- Se eu criar outra singularidade no mesmo local, isto pode criar uma ponte de Einstein-Rosen através da qual podemos ir até a Biblioteca de Nínive enquanto ela estava inteira e obter a informação sobre o Inominado.
- Viagem no tempo! Interessante... Como Cavaleiro do Tempo (...e da Morte) não sou capaz de recusar uma ideia maluca como essa. Qual o próximo passo?
- Eu não sei ainda. Achei que logo iria reconhecer o local, mas está tudo muito diferente.
- Eleos... – disse uma voz sinistra ao lado deles.
A dupla se virou e avistou uma figura que lhes parecia familiar, mas não sabiam de onde.
- Eleos está lá dentro. – apontou o homem misterioso na direção da Torre de Babel. – Ela saberá o local epicentro da destruição de outrora. – continuou ele.
Aiacos e Malakh encararam brevemente para a Torre e quando voltaram os olhos à obscura figura, ela havia desaparecido, como num passe de mágica.
- Mas que diabos foi isso?
- Não faço ideia, mas ele tem razão. Eleos é uma daimona, um espírito.
- Ela é o espírito da misericórdia e aparece logo após alguma tragédia para reconfortar os sobreviventes e fazer a região se recuperar. Com toda certeza ela esteve em Nínive imediatamente após sua destruição e não é um mau palpite presumir que ela esteja agora na Torre de Babel, que é um dos locais mais lamentáveis do planeta atualmente, uma tragédia por si só.
- Certo. Vamos encontrar Eleos e perguntar-lhe o local da singularidade do passado. – concordou Malakh com o plano que se desenhava.
A dupla então seguiu para a Torre de Babel e adentrou a colossal construção. Uma vez lá dentro, não demorou muito a perceberem que aquele local estava tomado por eidolons que judiavam dos habitantes por mera crueldade.
- O que esses vermes estão fazendo aqui?
Aiacos e Malakh estavam sem paciência e tempo para lidar com a escória dos eidolons da forma convencional e subiram os inúmeros andares da Torre de Babel usando o sekishiki para expurgar as almas dos inimigos de cada andarpelo qual atravessavam enquanto procuravam por Eleos.
Depois de perder totalmente as contas de quantos lances de escadas subiu, Malakh, junto com Aiacos, chegou ao terraço da Torre. Por sorte, ambos puderam fazer isto em velocidade absurdamente alta, ou levariam horas para chegar ao topo.
Naquele lugar estava Eleos, porém também se encontrava um grande grupo de eidolons, dentre os quais se destacavam três, os quais Malakh tinha absoluta certeza que eram do nível Excelência, e mais um outro, que parecia ser algo completamente diferente.
- Então vocês vieram atrás de informações sobre o Inominado também... Espécime interessante, não é? Tanto potencial... Quase ilimitado! – disse aquele que Malakh estranhara e que parecia ser o líder de todos os eidolons presentes.
- Quem é você? Um eidolon de Elite? – questionou-lhe Malakh.
- Ah, sim... Vocês nos classificaram em categorias. Ou castas, melhor dizendo. Muito astuto de sua parte fazer isso. Eu lhes parabenizo pela organização.
- Eu sou Oderode da Revolução. Ou HO-DEH-HO-DEH, como me chamo na minha língua. Mas quem se importa com línguas mortas, não é mesmo?
- E essa é minha armadura, ou melhor, minha Carcaça, como nós chamamos nossos trajes de proteção. Nós titanos somos realmente muito mórbidos, mas vocês já devem saber disso a essa altura.
- Já entendi. Você quer arrumar uma forma de eliminar o Inominado antes que ele fique forte o suficiente para te devorar também. – afirma Malakh.
- Eliminar? Claro que não! Eu quero que ele se alimente bem para eu usar aquele poder dele para dar vida a um deus artificial que irá governar este mundo conforme o meu comando.
- E você acha que nós vamos permitir que esse plano mirabolante se concretize, seu lixo?
- Seu deus está morto! Está morto, meu caro juiz... O trono de imperador do universo está vago e ele vai ser ocupado por alguém, quer vocês queiram, quer não.
- E não há opção melhor para vocês do que eu. Sou o mais próximo que há de um deus no momento. E sou justo, me preocupo com a humanidade, vou fazer aquilo que é correto para ela. Já os outros... Bem, digamos que eles vão instaurar um pesadelo se algum deles chegar ao posto supremo.
- Quanta lorota. Você não se preocupa com os humanos, você quer ser um ditador universal para impor o que acha certo, não importando o que as pessoas pensem ou queiram para si! – contestou Malakh.
- Ora, mas é isso que os deuses fazem, eles impõem. É para isso que serve o poder divino, aquele que está acima de todos!
- E vocês humanos não fazem ideia do que é melhor para vocês. Eu sei o que é melhor para vocês! E somente eu posso saber disso, afinal minha sabedoria está muito além do seu limitado alcance.
- Isso é o que você acha com esse seu despotismo esclarecido que não tem nada de novidade na humanidade. É patético!
- Malakh, nós, titanos, somos uma criação que não deu certo e sabe por quê? Porque éramos parecidos demais com os deuses, muito próximos da perfeição e por isto era impossível nos controlar, por isto fomos varridos da face da Terra. Já os humanos são a criação ideal porque com toda a sua limitação, inferioridade e imperfeição constituem criaturas aptas a serem controladas devidamente.
- Foi para isso que vocês foram criados: para serem controlados, para que um ser superior determinasse o que é melhor para vocês. E é exatamente isto que eu farei. O resultado será o melhor possível, eu posso garantir.
- Todo esse papo é hipotético. Tudo o que consigo enxergar neste momento é o monte de merda que você é. Uma merda de uma piada pronta com delírios de grandeza. – Aiacos fulminava Oderode com um olhar que expressava seu escárnio para com o titano.
- É, camarada, infelizmente não vai rolar. Vou acabar com a tua raça antes!
- Não lutarão comigo. Seria uma humilhação a mim ter de me rebaixar ao nível de vocês.
- A conversa está ótima, mas tenho de ir, pois há um trono vazio à minha espera.
- Matem-nos. – assim que proferiu essas palavras, Oderode capturou Eleos, segurando-a por debaixo de um de seus braços, e alçou voo.
A dupla estava cercada por eidolons, inclusive aqueles três de Excelência.
Imediatamente, Malakh segurou um dos braços de Aiacos e o atirou pelos ares para fora do terraço em direção a Oderode.
- Desculpa, amigo, mas você não foi convidado para esta festinha!
- Argh! Mas que droga, Malakh! – Aiacos reclamava enquanto era lançado pelo colega.
O juiz do inferno então abriu as asas de sua súrplice e planou no ar logo acima de Oderode, pronto para interceptar o voo do sequestrador de Eleos.
Malakh, por sua vez, encarava os três eidolons de Excelência e ele sabia exatamente a identidade de cada um deles, afinal eram algumas das almas mais famosas do inferno. Famosas por sua infâmia, por assim dizer.
Um deles era Ganelon de Capricórnio, o cavaleiro francês que traiu o Imperador Carlos Magno. Malakh estava surpreso que a armadura de ouro ainda aceitasse proteger aquela serpente em forma de gente. Talvez houvesse uma razão para isso.
O outro era Van der Decken de Kraken, o capitão do notório navio Holandês Voador. Quando esse navio foi tragado pelo mar, Van der Decken se tornou um General Marina de Poseidon. O retorno da embarcação trazendo terror por onde passava nada mais era do que Van der Decken a serviço do deus dos mares.
O último deles era Alberich X, o mais cruel e mais poderoso de toda a sua linhagem formada por Guerreiros-Deuses traiçoeiros.
- Ok, seus pobres diabos... Vamos dançar!
Última edição por Malakh em Sex Mar 19 2021, 20:53, editado 1 vez(es)
Malakh- Garanhão Coronas
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Aiacos Qui Fev 13 2020, 18:48
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"Os dois guerreiros haviamfinalmente encontrado o primeiro eidolon de elite, Oderode, cuja presença física por si só já era ameaçadora a todos que estavam por perto. Após uma curiosa reviravolta, Malakh arremessa Aiacos para fora da Torre de Babel, ficando sozinho para enfrentar três eidolons poderosos de trajavam as armaduras de Capricórnio, Kraken e Megrez.
"Paralelo a isso, ao ser arremessado pra fora, em direção a Oderode, Aiacos utiliza as asas de sua surplice no ar. Ele estava planando por cima de Oderode, que carregava Eleos como sua prisioneira."
"O eidolon fica surpreso ao olhar para cima e se deparar com o juiz. Foi pego de surpresa, não constava com a astúcia, ousadia e criatividade daquela dupla."
"Porém, imediatamente, sem perder seu tempo, o juiz explode seu cosmo à queima roupa, atingindo Oderode em cheio, o que acaba soltando Eleos que acaba caindo em direção ao solo. Havia lançado sua técnica com cuidado para não ferir o espírito que Oderode carregava consigo."
"Eis que o grande titano é arremessado para longe com o impacto, enquanto Eleos acaba caindo em direção ao solo, em queda livre."
- O que? Esse espírito não consegue flutuar??? Que merda!
"Aiacos usa seu cosmo, e através da gravidade, acaba impulsionando a si mesmo em direção ao chão, para então pegar Eleos em seus braços."
"Haviam pousado nos arredores da Torre de Babel, em uma cidade abandonada, cheia de ruínas e destroços. Continuando, o espírito fica espantado e meio desnorteado com a situação, enquanto desce dos braços de Aiacos."
"Então Garuda utiliza seu cosmo para enviar Eleos para um local seguro e longe dali, o Yomotsu."
- Saia daqui agora...
"Eleos estava relutante, mesmo com Aiacos ordenando para que saísse."
"Mal termina de falar quando algo impacta com força no solo diante deles."
"Era Oderode, que saia em meio a cortina de fumaça e poeira levantada pelo impacto. Eleos vendo a situação, acaba consentindo e permite que Aiacos envie ela para o Yomotsu, saindo do lugar"
"Oderode estava furioso, com o sangue fervendo, mas por fora transmitia uma aura pacífica e serena, escondendo o que realmente sentia."
- Ora ora ora! Jamais imaginei que você tivesse a audácia de levantar sua mão contra mim, seu imundo.
"Olha Aiacos com um olhar fuliminante."
- Mas tudo bem, considerarei isso como um pedido manifesto de sua parte para eu te matar!
"Exclama em alto tom, enquanto começa a queimar seu cosmo agressivamente."
"Eis que o céu começa a escurecer repentinamente."
- Droga...
"Aiacos reflete consigo mesmo, enquanto observa Oderode à sua frente."
"O juiz do inferno sabia que não tinha chances contra um eidolon de elite. Era uma batalha perdida."
- Sabe...eu gostaria de evitar o conflito...mas vejo que és um brutamontes sem cérebro. É inútil te convencer do contrário.
"Solta uma gargalhada histérica, como se estivesse rindo diante de uma hecatombe iminente."
- Pois bem! Irei encerrar seus planos aqui e agora, e te mandarei para o novo inferno.
- Tente se for capaz!!! Quero ver até aonde uma formiga é capaz de machucar um dinossauro.
"Então Oderode explode seu cosmo, causando violentos tremores por todo o local."
"E assim, suas vestes começam a se desintegrar lentamente, revelando uma armadura negra por baixo. Seus cabelos repentinamente mudam de cor, e seus olhos também mudando, exalando um semblante temerário e terrível."
- Eu, Oderode, o antigo herói de Calatea, governante soberano das terras que futuramente viriam a ser a Grécia e toda a região da Europa e do mediterrâneo, irei purificar este mundo podre eliminando o último dos juízes do inferno!!
"Exclama furiosamente enquanto explode seu cosmo, estendendo sua mão para os céus. O solo começa a tremer violentamente por todos os lugares, como se houvesse um terremoto."
- Vejo que és muito educado, eu agradeço o elogio.
"Responde em tom de sarcasmo, soltando uma gargalhada enquanto observa Oderode elevando seu cosmo."
- Ria, meu caro juiz, ria bastante, enquanto sua cabeça estiver presa em seu corpo.
"Em seguida o eidolon estende as mãos para Aiacos."
- Porque no fim, quem irá rir por muito sou eu!
- Você acha mesmo que irá sair ileso dessa batalha, Oderode?
"Aiacos comenta enquanto observa o solo, pensativo."
- É...talvez você consiga arrancar um fio de meu cabelo...
"Responde prontamente, enquanto sai em disparada contra Garuda, atacando-o."
- Tolo!
"Exclama o juiz enquanto estala seus dedos. O solo entre os dois e o que estava por baixo de Oderode começa a se desintegrar, explodindo em sentido vertical, para cima, como se sofresse uma explosão interna."
"Com a força da gravidade, Aiacos arremessa para o alto o eidolon Oderode e o solo que estava por baixo, virando uma espécie de chuva de terra e pedra invertida."
- Idiota, o que pretende fazer com essa brincadeira de criança?
"Exclama Oderode enquanto vai saltando de pedra em pedra, descendo rapidamente em direção ao solo."
- Acalme-se, meu estimado heroí!
"Exclama Aiacos, enquanto explode seu cosmo."
"Chamas negras começam a rodear o juiz."
- Isto foi apenas para ganhar tempo!!
"Então o juiz libera toda a sua cosmo energia de uma vez só."
- Conquistador de Indra!!!
"Dispara sua técnica, lançado furiosamente incontáveis rajadas de chamas negras contra o eidolon."
"E assim, uma explosão violenta toma conta do local, destruindo as casas e as demais construções que haviam ao redor."
"Um forte tremor é sentido novamente."
"Paralelo a isso, enquanto a luta acontecia, relâmpagos começam a trojevar pelos céus. Uma tempestade se aproximava."
"A fumaça começa a se dissipar. Porém o juiz estava de prontidão, sabia que nada daquilo seria capaz de causar um arranhão sequer a um eidolon do nível de Oderode."
"E eis que surge uma silhueta caminhando em meio a cortina de fumaça."
"Era Oderode, que caminhava tranquilamente para frente, se aproximando de Aiacos, até parar a trinta metros de distância."
"Nada daquilo havia lhe afetado. O ataque do espectro não surtiu nenhum efeito no eidolon."
- Juiz...isso é tudo o que você consegue?
"O eidolon transmitia muita calma em suas palavras, nem parecia estar furioso ou incomodado."
- Tsc...estava apenas fazendo um aquecimento...
"Responde em tom de escárnio, fazendo referência às chamas negras."
- Mas agora irei atacar pra valer!!!
"Sem perder tempo, Garuda explode seu cosmo agressivamente, chamando a atenção de Oderode."
- Conquistador de Indra!!
"Dispara novamente seu golpe, porém dessa vez era diferente, as rajadas com chamas negras eram muito mais fortes, agressivas, e sem mencionar na quantidade. Eram muito mais do que da outra vez que havia atacado."
- Hmmm...você não é uma formiga...mas um besouro...interessante...
"Esboça um sorriso sádico."
"Sem fazer esforço, Oderode usa sua espada e faz um poderoso corte vertical liberando seu poderoso cosmo, anulando todas as chamas negras de Garuda.
- Mesmo assim...eu irei te esmagar!!
"Exclama o antigo herói titano, enquanto estende a espada em direção a Aiacos."
"Será que o juiz terá alguma chance contra Oderode?"
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CONTINUA
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Sáb Mar 21 2020, 23:08
Duas batalhas eram travadas na Mesopotâmia. O eidolon de elite, Oderode da Revolução, havia capturado a daimona Eleos, o espírito da misericórdia, o qual poderia levar a dupla para o local exato onde ficava a Biblioteca de Nínive, destruída há milênios.
No entanto, Aiacos havia conseguido resgatar Eleos, enviando-a para o Yomotsu. Ele, todavia, ainda tinha de enfrentar o poderoso eidolon, que certamente não deixaria barato tal afronta.
Em outro lugar, no topo da Torre de Babel, Malakh, que se via cercado por uma multidão de eidolons, se preocupava com os três eidolons de Excelência que se colocavam diante de si: Ganelon de Capricórnio, Van der Decken de Kraken e Alberich X de Megrez.
- Ok, seus pobres diabos... Vamos dançar!
Sem titubear, o Cavaleiro de Câncer tentou surpreender os três com suas chamas etéreas, mas Van der Decken prontamente repeliu os ataques criando uma barreira de gelo à frente do grupo.
Em um ataque coordenado, Ganelon e Alberich X se lançaram contra Malakh, desferindo golpes com suas espadas, Capricórnio com sua Excalibur e Megrez com sua Espada de Fogo.
O Cavaleiro da Morte fez o possível para desviar dos golpes, mas eles eram tão rápidos quanto ele e alguns deles o acertaram.
Os ferimentos, no entanto, não eram graves e Malakh rapidamente os curou com seu Jikan Gyakukan (Tempo Reverso).
Apesar disso, Malakh se sentia encurralado, pois Van der Decken protegia o trio de seus ataques e os outros dois eram velozes o bastante para feri-lo. O canceriano logo percebeu que depender do Jikan Gyakukan não ia estender sua vida por mais muito tempo e ele precisava de uma mudança de estratégia.
“É isso!” – pensou Malakh ao observar os eidolons de escória à sua volta.
- CONEXÃO ETÉREA! – Malakh usava sua técnica secreta que separava seu corpo e sua alma sem romper o vínculo, permitindo a alternância entre si.
- Mas que droga de técnica é essa? – questionou Van der Decken, que observava duas imagens concomitantes do canceriano.
- Corpo e alma... Ainda unidos, mas em planos diferentes. Muito interessante... – Alberich X parecia ter compreendido quase imediatamente o que presenciava.
Malakh se lançou para dentro da multidão de eidolons de escória. O que parecia loucura acabou por confundir Ganelon e Van der Decken, os quais se colocaram a perseguir o Cavaleiro de Câncer.
- Não! Esperem! – gritou Alberich X, em vão.
O Cavaleiro da Morte alternava de posição seu corpo e sua alma, de modo a evadir de todos os ataques dos eidolons, tanto daqueles de escória quanto os de Ganelon e Van der Decken. Enquanto isso, Malakh usava suas Ondas do Inferno para coletar as almas dos eidolons de escória e concentrá-las na ponta de seu dedo.
Depois de tantas trocas de posição, Malakh já havia passado por todo o grupo de eidolons de escória, cujas almas restavam capturadas em sua mão direita.
- Desculpem-me, mas vocês não vão para o New Hell... Tenho outra destinação em mente. – disse Malakh olhando para esfera de almas que segurava.
Ganelon então parava suas investidas por um momento. Ele finalmente havia percebido todos os corpos caídos ao seu redor.
Van der Decken, por sua vez, foi confundido uma última vez por Malakh, que encerrou a Conexão Etérea e refundiu seu corpo e alma de forma abrupta, se posicionando no flanco do antigo general marina.
- HECATOMBE DOS ESPÍRITOS! – Malakh então lançou a esfera concentrada de poderosas almas contra Van der Decken e detonou-a com um estalar de dedos.
A explosão foi tão grande e potente que cegou os demais por oito segundos, inclusive Malakh.
Quando recuperaram a visão, avistaram a escama de Kraken montada pairando no ar. Não havia nem sinal da alma de Van der Decken nem do corpo de seu hospedeiro. Ambos tinham sido pulverizados.
“Eu não vou conseguir salvar os hospedeiros desta vez. Não nestas condições...” – lamentava Malakh consigo mesmo.
- Impossível... Um general marina... Dessa forma... – Ganelon estava incrédulo.
- E aí? Quem vai ser o próximo? – provocou Malakh.
Tal provocação, todavia, era da boca para fora, pois usar a Conexão Etérea e as Ondas do Inferno ao mesmo tempo havia exigido muito do cosmo de Malakh e não poderia repetir o feito. Ele não tinha mais cartas na manga. Ou será que tinha?
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Qui Abr 16 2020, 03:26
A luta entre Oderode da Revolução e Aiacos de Garuda era travada. Mas seria realmente uma luta? Ou seria um massacre?
- Eu irei te esmagar!
Um feixe de energia saia da espada enquanto Oderode desferia seu golpe contra o espectro, que rapidamente desviou antes do chão se partir ao meio.
- Esta é a minha Espada Absoluta. Eu mesmo a criei e a aperfeiçoei ao longo dos séculos até que não houvesse mais nada a melhorar. Ela é... Perfeita! – disse Oderode desferindo mais um golpe com sua lâmina, o qual por pouco não atingiu Aiacos, que evitou o impacto com um grande e repentino salto.
- A Absoluta corta até mesmo os átomos, o que significa que para ela sua sapuris é como se não existisse, é como se você não estivesse trajando nada. – Oderode falava enquanto calmamente atacava Aiacos de novo, sem fazer muito esforço.
- Não me parece grande coisa essa tralha! – bradou o espectro novamente desviando do golpe.
- Um verme nunca sabe quando está prestes a ser pisoteado, nem quando estão brincando com sua insignificância...
- E devo dizer: não faço isto com gosto, realmente não é nada pessoal. Mas você me atrapalhou hoje e precisa morrer. Além de não haver espaço para um Juiz do Inferno nos meus planos. Eu irei governar tudo. O céu, a terra, o mar e o inferno!
- É uma pena porque eu tenho um espaço para você nos meus planos. É um espacinho especial no pior dos círculos do Inferno, onde eu irei pessoalmente te torturar pela eternidade. Mas não é nada pessoal, entenda... – replicou Aiacos em tom de ironia.
- Um belo sonho de um tolo. Nada além disto.
- Eu fui o melhor governante que já pisou neste plano terrestre. Aclamado e admirado por todos os cidadãos. Mas eles me decepcionaram... Agora é a chance da humanidade de ter alguém tão sábio e tão perto do divino como seu líder. Não há escolha mais óbvia do que eu para assumir o trono de Atena.
Oderode então desferiu mais um golpe com sua Espada Absoluta, mas Aiacos conseguiu desviar novamente por um triz e contra-atacou com suas chamas negras, as quais, no entanto, foram neutralizadas imediatamente pela espada do titano.
- A Absoluta corta tudo, como eu disse, até mesmo suas chamas negras.
- É inútil... Tudo o que você pensar em fazer é inútil. Você está usando toda a sua cosmoenergia somente para desviar de meus golpes e, com isto, adiando sua morte. Pare de gastar nosso tempo e aceite a morte de uma vez.
- Idiota... Eu já aceitei a Morte há muito tempo e ela me aceitou de volta. Somos parceiros nesta jornada.
- Seja lá o que essa loucura quer dizer, isto termina agora. Há aqui um nível muito além do seu. Você não tem chance contra a minha espada e nem contra mim!
- DESCOBERTA EXCRUCIANTE!
Oderode recolheu a Espada Absoluta com uma de suas mãos, deixando-a de lado para usar sua outra mão desarmada, da qual disparou uma onda de energia contra Aiacos.
Imediatamente, o Juiz do Inferno fica de joelhos perante o titano, ostentando uma expressão confusa e aterrorizada.
- Esta técnica causa uma cruel epifania na vítima. Ela faz com que a pessoa descubra algo que não deveria saber, algo demasiadamente doloroso para ser revelado, seja com relação ao seu passado, ao seu presente ou até mesmo ao seu futuro. – explicou Oderode.
- O conhecimento tem seu preço e você está pagando ele por completo!
- AHHHH! – gritava dolorosamente Aiacos contemplando uma misteriosa revelação.
- Neste momento, há uma descarga de adrenalina sobrehumana ocorrendo no seu corpo, de modo que você é tomado pelo pânico e pela paranoia, não conseguindo pensar em outra coisa além da terrível verdade que descobriu e fica revivendo constantemente. Esta é sua prisão.
- Eu poderia deixá-lo nessa condição até seu corpo definhar naturalmente. Certamente seria tão terrível quanto as penas que você sentencia aos mortos do Inferno.
- Mas serei misericordioso e irei por um fim na sua vida miserável agora mesmo.
Oderode se aproximava com sua lâmina de Aiacos, que estava em um brutal transe, preso em seu inferno pessoal, completamente indefeso. Ou será que não?
Última edição por Malakh em Sáb Abr 18 2020, 23:41, editado 2 vez(es)
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Sáb Abr 18 2020, 22:23
Uma figura feminina no topo de um penhasco, com cabelos ao vento, observava o Santuário à distância.
- Eles já estão aqui... - disse ela consigo mesma.
Dentro do Santuário se instalava um pandemônio. Os cavaleiros-robôs do Grande Mestre Kai eram destruídos facilmente e aos montes por uma dupla de invasores.
Os intrusos eram Dr. Faust e Daedalus de Atenas, ambos Eidolons de Excelência, um nível muito acima ao dos androides imbuidos do poder do Cavaleiro de Prata de Centauro.
Em vida, Dr. Faust era um famoso médico e alquimista que fez um pacto com Mefistófeles para alcançar saberes proibidos à humanidade. Após ter retornado da morte como Eidolon, ele usava seu cajado para canalizar o poder da necromancia e destruir os inimigos com a força dos espíritos.
Daedalus, por outro lado, foi um grande arquiteto que criou o Labirinto de Creta. Orgulhoso e egoísta, tentou matar seu próprio sobrinho por ciúme da brilhante mente do rapaz, que era mais inteligente até do que ele próprio, algo que ele jamais poderia admitir. Após a morte, este inventor foi punido, mas retornou como um poderoso Eidolon graças à sua terrível força de vontade oriunda de seu narcisismo patológico.
- Chega! - Kai aparecia diante de Faust e Daedalus clamando pela interrupção de seus atos destrutivos, o que ocorreu e a atenção de ambos se direcionou ao jovem Cavaleiro.
- O que vocês querem aqui?
- Conhecimento... Esta tecnologia que você alcançou com os androides, transferindo energia cósmica a um recipiente sintético... É muito impressionante e é exatamente o que nosso mestre Oderode precisa. - respondeu Dr. Faust com uma fria sutileza.
- Não entregarei minhas descobertas aos inimigos! Os Centauroides não irão a lugar nenhum.
- Você não tem escolha, está sozinho aqui e é um reles Cavaleiro de Bronze, ou seja, não é páreo para nós. Extrairemos a informação com ou sem sua cooperação, nem que seja por meio de engenharia reversa. - declarou Daedalus.
- Só sobre o meu cadáver! Posso ser apenas um Cavaleiro de Bronze, mas ainda sou um Cavaleiro de Atena!
- Que assim seja... - Daedalus se preparava para desferir um golpe em Kai com seu machado quando para seu ataque de repente. - Mas o quê?!
Ao lado de Kai havia surgido uma mulher cuja presença ameaçadora imediatamente gerou um pavor gélido que atravessou a medula espinhal da dupla de Eidolons.
- Saiam daqui enquanto podem. - disse a mulher.
- Quem diabos é você? - questionou Faust.
- "Eles" me chamam de Adalissa do Truque.
- Mas você é uma Eidolon então! Por que está contra nós?
- Não posso permitir que Oderode consiga atingir seu objetivo. Ele me eliminaria assim que conseguisse.
- Azar o seu. Vai ser eliminada mais cedo nesse caso, vai morrer agora mesmo. - Daedalus estava impaciente.
- Uma pena mesmo...
- HOCUS POCUS!
O Hocus Pocus de Adalissa, que trocava de lugar uma coisa por outra, então trocou de lugar a metade superior do corpo de Daedalus. Antes das duas partes do cadáver caírem ao solo, Dr. Faust ainda pôde ver uma breve e grotesca dança das pernas de um corpo que só existia da cintura para baixo, enquanto a outra parte caiu de certa altura espalhando sangue e tripas no chão.
- Como é possível algo assim? - Faust não sabia se sentia medo ou admiração pelo espetáculo bizarro que presenciou.
- É um truque... - disse Adalissa pegando uma pedra do chão.
- Veja esta pedra em minha mão, por exemplo. - a Eidolon segurava a pedra na frente de Faust enquanto o encarava.
- HO-KUS-PO-KUS...
De repente, a mão de Adalissa se encontrava encharcada de sangue. Ela segurava um coração. O coração de Faust.
- Sabe onde está a pedra?
Dr. Faust então caia lentamente agonizando rumo à uma morte horrível.
- Até eu fiquei com dó deles agora. - Kai estava perplexo com o que presenciara.
- Que bom que te choquei. Agora tenho sua atenção.
- Você me ajudou e presumo que não tenha interesse na minha tecnologia, então, como gesto de boa-fé, terás não só minha atenção como ajuda recíproca se necessária.
- Ótimo. Eu preciso encontrar Oderode. Seus amigos não têm a menor chance contra ele. Eu devo colocar um basta no plano daquele ser delirante.
- Não conheço esse Eidolon nem sei como encontrá-lo. Mas sei como encontrar Aiacos e Malakh, pois implantei um localizador nas armaduras deles. Talvez eles estejam em confronto com esse tal de Oderode.
- Mostre-me onde eles estão.
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Dom Abr 19 2020, 23:22
Na região da Mesopotâmia, em algum lugar do Iraque, Malakh lutava contra os Eidolons de Excelência que serviam a Oderode. Ele havia acabado de derrotar Van der Decken de Kraken, mas isto lhe custou muita cosmoenergia e ainda tinha dois oponentes do seu nível para enfrentar.
- E aí? Quem vai ser o próximo?
- Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. O próximo vai ser você! – disse confiantemente Alberich X.
ESPADA DE FOGO!
O antigo guerreiro deus golpeava de modo veloz, mas Malakh conseguia desviar.
No entanto, Ganelon tentava surpreender o Cavaleiro com sua Excalibur, em um ataque no seu flanco.
EXCALIBUR!
O Cavaleiro de Câncer tentou desviar do golpe de Ganelon, porém pôde fazer isso apenas parcialmente. Apesar de não tê-lo atingido em cheio, o golpe entrou e feriu uma de suas pernas.
CHAMAS DO INFERNO!
Malakh então lançou suas chamas etéreas azuis contra a dupla de Eidolons, que prontamente repeliu o golpe com suas espadas. O canceriano, no entanto, somente queria uma oportunidade para se recuperar da ferida com sua técnica do Tempo Reverso.
- Você já está ficando cansado, não vai conseguir fazer isso por mais muito tempo. – comentou Ganelon.
- Não se preocupe, não vou precisar. Afinal, seu tempo já está acabando.
- Vou segurar esse desgraçado.
UNIDADE DA NATUREZA!
Alberich X convocou a raízes que surgiram da terra e se agarraram nos braços e pernas de Malakh, o prendendo.
- Agora! Mate-o!
EXCALIBUR!!!
- Jikan-Ken... – Malakh utilizou mais uma técnica da constelação de Relógio para desacelerar o tempo ao seu redor e tornar o golpe de Ganelon mais devagar. Com isto, ele colocou as raízes que prendiam seu braço direito na rota do corte da Excalibur.
Ato contínuo, ele usou seu braço livre para lançar chamas etéreas contra as raízes que prendiam seus demais membros. A velocidade normal de Ganelon, todavia, já havia retornado. A regra do Jikan-Ken (Punho do Tempo) é de que Malakh não é capaz de usar outra de suas técnicas durante a desaceleração temporal.
EXCALIBUR! – Ganelon tentava um novo golpe.
Malakh novamente desviou e acabou próximo de Alberich X, que não titubeou em atacá-lo com sua Espada de Fogo, forçando uma nova evasão do Cavaleiro de Câncer, que já não conseguia disfarçar seu cansaço.
- Desista.
- Nunca.
JIKAN-KEN!
Com o tempo de seus inimigos desacelerado, Malakh avançou em direção a Ganelon e desferiu um poderoso soco, retornando ao lugar de origem antes do fim do efeito temporal.
A investida, no entanto, não surtiu muito efeito no Cavaleiro de Capricórnio regresso da morte.
- Só isso?
- Este golpe básico não pode nos ferir nem suas chamas infernais podem. E está muito exausto para usar sua maior e mais destrutiva técnica. É o fim, Malakh. – Alberich X havia analisado taticamente a situação e dado o veredito.
- Tem razão... O que tenho em mim não é bastante para matar três Eidolons do nível Excelência... – lamentou Malakh.
- Preciso tentar outra coisa. – a fisionomia de Malakh havia mudado e agora ele encarava a dupla esboçando um sorriso psicótico.
JIKAN-KEN!
Malakh novamente desacelerou o tempo, mas dessa vez, antes de sua investida, retirou algo da parte de trás da cintura, que estava encoberta pela capa.
O tempo retornava ao normal enquanto Ganelon sentia uma pontada na parte exposta de seu braço. Aquela região de seu corpo desprotegida por sua armadura de ouro agora ostentava um corte. Ganelon então percebeu que Malakh segurava uma adaga dourada pingando sangue.
- Um souvenir que peguei “emprestado” do Santuário... Junto com esta surpresinha aqui. – Malakh retirou então outro objeto oculto sob sua capa, era um livro.
- “Não é hora de leitura”, vocês devem estar pensando, mas este aqui é o Necronomicon, o Livro dos Mortos. Ocorre que ele está selado há muitos séculos e quebrar o selo exige o sacrifício de uma vida.
- E como o Necronomicon identifica o sacrifício a ser concedido? Isso mesmo, pelo sangue...
- Não! Não faça isso!
- HAHAHAHA! – Malakh gargalhava no momento em que enfiou a adaga ensanguentada no livro, atravessando-o por completo a partir da capa.
Assim que Malakh tirou a adaga de dentro do livro, o buraco remanescente liberou uma energia sombria que dragou Ganelon para dentro dele.
Ganelon tentava fugir desesperadamente, mas a força era implacável e dissolvia seu corpo de forma horrenda. A mistura nojenta de seu corpo liquefeito foi totalmente absorvida pelo grimório, restaurando todas as suas páginas.
- Mas que porra foi essa?!
Quebrado o selo, o Necronomicon agora flutuava na frente de Malakh e se abria, com suas páginas se folheando sozinhas perante o Cavaleiro.
Malakh começava a pairar no ar e parecia começar a se transformar, sua armadura ficava cada vez mais escura e ele parecia em transe.
Ao presenciar aquilo, Alberich X fez a única coisa que passou por sua cabeça: foi embora correndo dali imediatamente, sem pestanejar.
As páginas do Livro dos Mortos continuavam a se folhear e estavam quase chegando ao fim quando surgiu uma figura já conhecida. Era Juno, que havia se teleportado para lá.
Juno fechou o Necronomicon e Malakh caiu no chão. A transformação parcial regrediu e o Canceriano logo se levantou normalmente, como se nada houvesse acontecido.
- Juno? Você é o Cavaleiro de Áries?
- Já fui... Malakh, você tem ideia do que acabou de fazer? Quase liberou algo terrível no mundo!
- Eu não tive escolha. Sei da maldade entranhada nesse livro, só não fazia ideia de que seu poder era tão destrutivo.
- Isto não pode se repetir. Eu vou ficar com esta coisa e guardá-la num lugar seguro.
- Mas...
- Sem mas, você foi contaminado e por isto não é confiável para guarnecer este artefato.
- Tem razão... esse poder vicia. Leve isso embora daqui mesmo. E obrigado pela ajuda.
- Nos veremos novamente em breve, Cavaleiro da Morte. As águas me contaram.
O enigmático Juno mais uma vez desaparecia do caminho de Malakh, que ainda procurava compreender tudo o que havia acabado de acontecer.
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Seg Mar 15 2021, 04:12
Nos capítulos anteriores... Aiacos de Garuda e Malakh de Câncer haviam ido até a região da Mesopotâmia atrás da localização da antiga Biblioteca de Nínive, há muito destruída. Para encontrar o lugar, eles necessitavam da ajuda da daimona (espírito) da misericórdia, Eleos, que havia sido raptada por Oderode da Revolução, um eidolon de elite. Aiacos conseguiu recuperar Eleos e escondê-la no Yomotsu, mas estava prestes a ser morto por Oderode numa luta demasiadamente desigual.
---
Nos arredores da Torre de Babel, Oderode se aproximava com sua Espada Absoluta pronto para desferir o golpe final em Aiacos. O juiz do inferno estava de joelhos e em transe, totalmente incapaz de se defender do ataque, quando uma voz familiar é trazida com os fortes ventos que sopravam no local.
- JIKAN-KEN! (Punho do Tempo!)
Malakh aparecia repentinamente encurvando o tempo à sua volta e atingindo de surpresa Oderode com um potente soco que o empurrou para trás.
- O que diabos você fez com o Aiacos?
- Ele descobriu uma dor que trazia consigo, mas que não percebia. Agora ele está a remoendo ao extremo ad infinitum... Eu ia pôr fim ao sofrimento dele, mas pelo jeito você não quer que o tormento dele acabe...
- Eu tenho uma ideia melhor! – disse Malakh se aproximando de Aiacos e estendendo as palmas de suas mãos na direção da cabeça do espectro.
- Jikan Gyakukan! (Reversão do Tempo!)
O corpo do magistrado infernal então foi restaurado para a forma em que estava antes da técnica atroz de Oderode, o que fez com que seu estado de transe cessasse.
- O que aconteceu aqui? – perguntou um confuso Aiacos.
- Eu não sei, mas pela cara não era nada bom não.
- Bravo! – clamou Oderode enquanto aplaudia o que acabara de ver. – Um cavaleiro com poderes de manipulação temporal é mesmo algo impressionante!
- Mas não é o bastante... Nem de perto!
ESPADA ABSOLUTA!
O feixe emanado pela espada de Oderode por pouco não acerta os dois, que conseguiram desviar no último instante, e Malakh teve a certeza de que nem mesmo sua armadura de ouro resistiria àquele poder cortante.
Nesse momento, o Cavaleiro da Morte considerou que era hora de recorrer às suas habilidades mais lúgubres e apontou seu dedo para cima invocando milhares de mortos-vivos que se levantavam da terra ao redor de Oderode.
Malakh podia notar que seu vínculo com o Necronomicon havia alterado suas técnicas. Elas agora eram mais sombrias e poderosas. Enquanto antes ele somente podia invocar almas, agora também podia chamar cadáveres apodrecidos e animados de pessoas mortas há muito tempo e isto era exatamente o que Aiacos precisava.
- Mas o que é isso? – reclamou Oderode enquanto desferia golpes com sua espada nos mortos que agarravam suas pernas.
- São todos aqueles que você já matou... Todo esse sentimento de vingança que eles alimentaram por milênios, todo esse ódio e nojo que eles têm de você, tudo isto vai finalmente servir a um propósito. – explicou Malakh.
- Agora, Aiacos!
CONQUISTADOR DE INDRA!
O espectro incendiou os milhares de mortos-vivos ferais e atirou chamas negras contra Oderode.
O golpe acertou em cheio o eidolon de elite, catalisando uma inacreditável explosão.
No entanto, Oderode novamente surgia em meio à fumaça sem nenhum arranhão.
- Não é possível! – esbravejou Aiacos, decepcionado.
- Foi uma boa tentativa, meus caros. Agora chega desta brincadeira!
Oderode avançou contra Malakh em uma velocidade absurda com sua espada em punho. O cavaleiro não conseguiu se esquivar a tempo e foi acertado.
“É o meu fim...” – pensou Malakh.
Todavia, o cavaleiro de ouro logo percebeu que apenas havia sido atingido por um graveto que Oderode segurava.
- O que é isso?! Onde está minha Espada Absoluta?! – Oderode não entendia o que acabara de acontecer.
Um discreto sorriso surgiu nos rostos de Aiacos e Malakh antes de eles rapidamente desferirem uma sequência de golpes que arremessou Oderode para longe.
Enquanto isso, uma mulher se aproximava com a Espada Absoluta em uma das mãos.
- Foi você que a trouxe? – questionou Aiacos a Malakh.
- Achei que ela estava com você... – respondeu prontamente o cavaleiro, igualmente confuso.
- HAH-DAH-LIH-SAH... Então é você com seu Hocus Pocus... – disse Oderode enquanto se levantava.
- Devolva a Absoluta para mim, Adalissa. Estamos no mesmo time agora, já deveria saber.
- Justamente por sabedoria é que não posso fazer isso. – respondeu Adalissa de forma seca.
- Muito bem... Não preciso dela para acabar com vocês. Com todos vocês!
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Última edição por Malakh em Sáb Mar 20 2021, 05:05, editado 2 vez(es)
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Seg Mar 15 2021, 23:50
- Muito bem... Não preciso dela para acabar com vocês. Com todos vocês!
- Não conte com isso, Oderode. O jogo agora virou! – bradou Aiacos apontando o seu dedo indicador para o eidolon. Ele e Malakh haviam discutido uma estratégia durante a breve interação entre Oderode e Adalissa.
Os duunvirato infernal agora vociferava em uníssono:
- SEKISHIKI MEIKAI HA! Ondas do Inferno!
As Ondas Infernais Duplas emitidas pela união de esforços do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno não eram fortes o suficiente para derrotar Oderode, mas bastavam para momentaneamente destacar a alma do eidolon do corpo de seu receptáculo, imobilizando-o por um instante.
Adalissa logo entendeu o plano e investiu contra o corpo vulnerável do receptáculo de Oderode, cortando-o ao meio com a própria espada do eidolon.
- Seus parvos! Não sabem o que acabaram de fazer! Condenaram a humanidade à extinção perpetrada pelas mãos de TEHZ-KAH-LOW-GI-AH! – gritava a desesperada alma exposta de Oderode.
Mesmo sendo um eidolon de elite, a alma exposta de Oderode não era páreo para os magistrados do Novo Inferno, que detinham amplo domínio sobre o sekishiki.
- Vamos cuidar de um desgraçado por vez. Agora cale a boca de uma vez por todas...
- Juiz, julgue-o.
- Eu, Aiacos de Garuda, o sentencio a passar uma eternidade enterrado até o pescoço sendo atormentado incessantemente por milhares de formigas em seu rosto. É a minha decisão.
A alma de Oderode então desaparecia em meio a seus urros de desespero e se encaminhava ao Novo Inferno para cumprir a sentença.
- Mandou bem, cara. De onde veio a inspiração nessa?
- Foi algo que ele mesmo disse. Sabe como é...
- Agora, por que uma eidolon de elite nos ajudaria? – questionou Malakh olhando em direção a Adalissa.
- Oderode tinha um plano com o qual eu não concordava. E ele não é o único que possui esse tipo de desejo megalomaníaco. – explicou ela.
- A era dos titanos acabou. É preciso que aceitemos isso. – complementou.
- Certo. Você sabe algo sobre um eidolon sem nome? Sobre uma massa amorfa que devora todos que encontra, inclusive outros eidolons? – perguntou o Canceriano.
- Não... – respondeu Adalissa um tanto receosa diante da informação apresentada pelo cavaleiro.
- Então nos acompanhe, pois se ele devorar uma alma poderosa como a sua, estamos ferrados. – sugeriu Aiacos enquanto trazia de volta do Yomotsu a daimona Eleos.
Adalissa assentiu e os três seguiram Eleos até o local em que um dia esteve a Biblioteca de Nínive. Como previsto, o lugar não tinha mais nenhuma semelhança com a estrutura do passado remoto e somente apresentava um terreno arenoso e vazio.
- A singularidade deve ter ocorrido por aqui, vou manipular a gravidade neste local e criar outra. Afastem-se. – alertou Aiacos.
Rapidamente, o espectro criou uma singularidade que seria destrutiva se houvesse algo próximo.
- Se eu estiver certo, as singularidades devem estar conectadas por uma ponte de Einstein-Rosen agora. Vou adentrar logo, pois a passagem só pode ficar aberta por uma curta duração. – Aiacos rapidamente sumiu de vista.
- Será que ele volta?
Do outro lado da passagem, Aiacos se deparou com sua versão de milênios atrás provocando a singularidade inicial. O Aiacos do passado arregalou seus olhos ao avistar outra versão sua saindo daquele portal gravitacional.
- Sim, eu sou você. Apenas me ignore e continue o que está fazendo e tudo ficará bem. – disse tranquilamente Aiacos logo antes disparar para dentro da biblioteca.
Havia incontáveis placas de argila naquele lugar com todo tipo de informação, mas Aiacos procurou o que precisava na velocidade da luz, até que finalmente encontrou.
A placa que Aiacos havia achado dizia o seguinte: “O Primeiro Imperador do Universo foi devorado, mas não completamente, e o que restou dele passou a tudo devorar. Zeus se viu obrigado a prendê-lo no mundo inferior e, com o coração pesado, foi exatamente o que fez.”
- Só pode ser isso!
O espectro não tinha mais tempo de procurar nada e provavelmente aquilo era tudo o que havia sobre o Inominado naquela biblioteca. Ele então rapidamente retornou à singularidade e atravessou a passagem de volta ao tempo presente.
- Primeiro Imperador do Universo? Hum... – Malakh estava pensativo após Aiacos revelar a ele o conteúdo da placa que encontrara.
- Eu sei onde com certeza podemos encontrar essa informação, mas vocês vão precisar vestir um casaquinho.
Última edição por Malakh em Sáb Mar 20 2021, 05:14, editado 2 vez(es)
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Ter Mar 16 2021, 02:24
Adalissa, Aiacos e Malakh se encontravam em um navio que rumava nas águas do mar da Noruega. A dupla de magistrados infernais estava muito esgotada para percorrer o caminho por meio da utilização do cosmo, além de que precisavam descansar para repor as energias após a luta contra o poderoso Oderode.
Em sua cabine, Malakh dormia tranquilamente... até que uma sensação assustadora tomou conta da sua mente. Ele então sentiu uma presença que parecia familiar e se viu num lugar de céu arroxeado com o qual já havia sonhado antes.
- Você! Foi você que apontou na direção da Torre de Babel quando eu estava no Iraque! Você é aquele que chamam de Tescalogia, não é verdade? – questionou o Canceriano.
- Sim, é verdade. Mas isso é só um nome que não importa mais nada. Em breve, todas essas convenções mortais como nomes, línguas, tradições e leis vão perder totalmente o sentido. Muito em breve. – Tescalogia falava de um modo que parecia desprovido de qualquer emoção.
- Parece que já perderam porque não entendi nada do que você acabou de dizer. – replicou Malakh. – Aliás, como você consegue invadir nossos sonhos?
- Isto não é um sonho. Eu lhe trouxe até aqui, mais especificamente a sua alma. Eu lhe trouxe a Necrópole.
- Maldito, como ousa raptar minha alma assim sem mais nem menos? – Malakh estava puto.
- Jurava que era um sonho, mas bom saber, então posso retornar já. Adeus.
- Espere... – insistiu Tescalogia. - Fiz isso para lhe alertar do perigo que surge no horizonte. Meus conselhos já lhe serviram antes, então escute bem: sua viagem não será pacífica.
- Que novidade... Minhas viagens nunca são pacíficas. E eu dispenso seus “conselhos”, eidolon de merda. Seu lugar é no inferno.
- Não, Cavaleiro. Meu lugar é aqui em Necrópole. O inferno, a Terra e todos os demais planos existenciais serão substituídos por ela.
- Mais lorota sem nexo... Já chega disso. – Malakh apontava seu dedo para cima para canalizar o sekishiki.
- Quando chegar ao seu destino, leve Adalissa junto se não quiser morrer. – avisou Tescalogia de maneira fria logo antes de Malakh desaparecer dali.
O Cavaleiro de Câncer então voltou a si e levantou da cama. Assim que ele pôs o pé para o lado de fora do navio, avistou o seu ponto de chegada:
- Ah... Svalbard! Gelado como sempre. – disse ele observando o arquipélago banhado pelo oceano Glacial Ártico.
Acompanhado de Aiacos e Adalissa, o Cavaleiro de Ouro explorava aquelas terras gélidas até que parecia ter finalmente encontrado o que buscava.
- É aqui.
- Mas aqui não tem absolutamente nada! – os olhos de Aiacos percorreram a paisagem e não encontraram nada de útil.
- Debaixo de todo esse gelo está o Centro de Pesquisa de Cosmologia da Ordem de Atena, um local totalmente secreto. Mesmo entre os cavaleiros, poucos são os que o conhecem.
- Cosmologia? Por que algo assim no meio do nada? – perguntou uma curiosa Adalissa.
- A noite polar deste local dura meses, o que facilita a observação dos astros e os consequentes estudos. No restante do ano, as pesquisas são desenvolvidas. – explicou o Cavaleiro.
Malakh então se aproximava de uma rocha e a pressionava, acionando um dispositivo que revelava uma abertura para o subsolo.
- Vamos!
O trio avançou alguns metros e o que parecia ser uma caverna logo demonstrou uma complexa instalação tecnológica.
- Uau! Olha esses cristais! E todo esse oricalco! – Adalissa estava impressionada.
- Tecnologia lemuriana? – cogitou Aiacos. – Quem trabalha aqui, Malakh?
- Cientistas a serviço do Santuário. Alguns deles são cavaleiros, mas do tipo que as pessoas nunca veem: Compasso, Bússola, Telescópio, Microscópio, Máquina Pneumática... Relógio...
- Máquina Pneumática? – questionou Adalissa quase caindo na gargalhada.
- Pois é... Como disse, são cientistas.
- Espere um pouco. Você disse Relógio, então você trabalhava aqui quando portava essa armadura. É por isso que conhece o lugar. – concluiu Aiacos.
- Exato, meu caro.
A conversa foi então interrompida por um estrondo e por gritos. O trio rapidamente foi na direção dos sons e encontrou um cenário de carnificina: vários cientistas mortos, inclusive cavaleiros.
Os responsáveis pelo massacre estavam logo a frente deles. Era eidolons de escória comandados por um eidolon de elite.
- Seus filhos da puta! Eu vou acabar com todos vocês! – Malakh estava irado e prontamente partiu para cima do grupo de eidolons.
- Não se afobe, Malakh! – bradou Aiacos em vão, eis que Malakh o ignorou e investiu contra o grupo.
No entanto, o líder dos eidolons facilmente acertou um chute no Canceriano que o arremessou para longe, parando somente quando se chocou contra uma parede.
- HA-UH-HE-UZ?
- Sim, sou eu mesmo: Aureus do Duelo! – disse orgulhoso o líder dos eidolons. – O que pensa que está fazendo aqui, HAH-DAH-LIH-SAH?
- Não lhe devo satisfação.
- Você está do lado dos humanos agora? Jogando para o outro time? Deixou de ser uma titana? – Aureus parecia indignado com a situação.
- Todos nós deixamos, Aureus. Estamos todos mortos...
- Bom, eu não estou mais, como você pode ver. E vou transformar este mundo em uma grande arena onde os fortes vão ter de mostrar sua força o tempo todo e os fracos não vão ter vez! Vai ser pura adrenalina! HAHAHA!
- Haha... HA! HaHaAHAHAhaaHAhahaHAhA!!! – Adalissa então começou a rir freneticamente, de modo que até mesmo assustou um pouco Aureus e o deixou com um semblante sério.
- Que plano mais patético! De todos, você sempre foi o mais imbecil mesmo. – retrucou Adalissa.
Enquanto isso, Aiacos ajudava Malakh a retornar para o confronto. Ele havia sofrido um duro golpe, apesar de Aureus não ter feito nenhum esforço.
- Chega de conversinha, eidolon. Hora de morrer! – disse Malakh quase cambaleando.
- Você não está em condições de lutar. Deixe comigo isso. – falou Aiacos.
- Para trás, vocês dois. Eu cuido de Aureus, afinal ele pertence à minha espécie desgraçada.
- Duelará comigo, Adalissa? Acha que tem um plano mais interessante que o meu?
- Eu não tenho nenhum plano, seu idiota. Meu plano é acabar com o seu.
- Alguém vai dominar esta terra desprovida pelos deuses. Se não for eu, quem você prefere? HO-DEH-HO-DEH? XEH-LON-TIH-AHZ?
- TEHZ-KAH-LOW-GI-AH?
- Pensa que vai gostar dos projetos deles para este mundo?
- Não, eu não penso isso. Agora cai para dentro porque um desses lixos já foi para o inferno!
- É assim que se fala! – Malakh não podia acreditar que uma eidolon de elite poderia mesmo ter se tornado uma aliada, mas não conseguia esconder sua empolgação.
- Magnífico... Aureus do Duelo contra Adalissa do Truque... O melhor prevalecerá!!!
Os eidolons de escória então formaram um grande círculo em volta de Aureus e Adalissa, isolando a área.
- Vamos ficar só olhando essa merda? – resmungou Malakh.
- Sim, deixa rolar... Dois coelhos, Malakh. Dois coelhos... – respondeu Aiacos com o seu coração gelado.
Última edição por Malakh em Sex Mar 19 2021, 20:48, editado 1 vez(es)
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Ter Mar 16 2021, 03:39
Em uma velocidade absurda, Aureus se pôs a atacar Adalissa com sua espada, que repeliu cada golpe com a arma que trouxera: a Espada Absoluta.
- A espada de Oderode! – Aureus pausou sua movimentação e observou atentamente a arma portada por Adalissa. – Isso então significa que ele foi derrotado... Tudo está cada vez mais empolgante!
POLLEX VERSUS!
Aureus estendeu sua mão desarmada na direção de sua oponente e uma gigantesca mão de cosmoenergia surgiu para agarrar Adalissa, envolvendo seu corpo inteiro e o levantando no ar.
Antes de ser esmagada pela técnica de Aureus, no entanto, Adalissa usou a Espada Absoluta para cortar a mão cósmica e assim se soltou, aterrissando de volta ao chão em segurança.
- Essa espada é mesmo impressionante... É capaz de cortar o próprio cosmo...
- Talvez eu tenha de tentar outra coisa!
Novamente Aureus apontava sua mão para Adalissa, convocando a colossal mão de cosmoenergia, que dessa vez estava com o punho fechado e se movia de modo a acertar um grande soco na eidolon.
Adalissa uma vez mais utilizou a Absoluta e cortou o “punho” ao meio. Entretanto, Aureus rapidamente surgiu na abertura feita.
MORTE SÚBITA!
O corpo de Aureus recebia momentaneamente uma carga absurda de adrenalina, fazendo com que ele pudesse se mover duas vezes mais rápido do que o normal.
Com a técnica Aureus surpreende Adalissa e se aproxima dela antes que ela tivesse tempo de reagir. A ilusionista é golpeada em cheio pela espada de Aureus, tendo seu torso atravessado pela lâmina.
- E que tal isso? Hahaha!
- Muito bem, Aureus. Consideremos isto um empate então... – disse Adalissa calmamente enquanto passava a segurar firmemente o braço de Aureus.
- Empate? Como assim? Que diabos pensa em fazer?
- Como eu disse antes, já estamos mortos... Aceitemos isso.
- Hocus...
- NÃOOO!!! – Aureus gritava em vão.
- Pocus...
Com essas palavras, Adalissa e Aureus sumiram completamente, dando lugar a uma curiosa rocha.
- Parece ser uma rocha espacial... – falou Malakh ao inspecionar o objeto.
- Ela os levou para o espaço. Eles vão ficar à deriva flutuando pelo espaço sideral por todo o sempre. – inferiu Aiacos.
- Eu me sinto mal pela Adalissa. Ela merecia um destino melhor que esse, mas pelo menos lutou pelo que acreditava. – lamentava o Canceriano.
- Não diga bobagem! Todos eles merecem ir para o inferno e infelizmente não vou poder sentenciar aqueles dois lixos.
- Mas esses eidolons de escória por outro lado... Haha...
A escória dos eidolons que observava o duelo até tentou fugir, mas a dupla de magistrados infernais surgiu na frente deles enquanto se dirigiam à saída.
- Cooperem e deixaremos vocês irem.
- Ei, você! Identifique-se. – disse Aiacos apontando para um dos eidolons que parecia mais capaz.
- Er... Sou Sextus, o Gladiador...
- Sextus, eu vou dar uma chance para vocês viverem. Diga-me o motivo de atacarem esta base.
- Certo... Er... Alguém disse para Aureus que aqui tinha um oponente a altura dele e que não era titano, era algo além, algo maior. Ele não resistiu ao desafio e veio até aqui. – explicou Sextus.
Nesse momento, Malakh e Aiacos se entreolharam e falaram em uníssono: - Tescalogia!
- Obrigado pela informação, Sextus... – disse Malakh cordialmente.
- Podemos ir agora?
- Podem sim. Podem ir... PARA O INFERNO! – bradou Aiacos de modo que parecia que estava possuído por um impulso de violência.
A dupla usou as ondas do inferno e expulsou as almas de cada um dos corpos que haviam invadido.
Com as almas vulneráveis dos eidolons, Aiacos proferiu sua sentença:
- Eu, Aiacos de Garuda, os sentencio a uma entediante eternidade com seus corpos completamente presos, com seus rostos virados para o absoluto nada e com suas mentes vazias de qualquer pensamento. É a minha decisão.
Dada a sentença, os corpos dos hospedeiros caíram ao chão adormecidos. Malakh então sente uma presença familiar, era Jacques de Bússola que se aproximava deles de maneira discreta.
- Jacques! Você está vivo!
- Eu me escondi... Acho que fui o único que sobreviveu...
- Você fez bem, garoto. Mesmo os cavaleiros devem saber a hora de optar por uma retirada estratégica da batalha para haver ainda alguma esperança de vencer a guerra.
- Não sei se posso ser tão útil... O que você veio fazer aqui? Com espectro de Hades ainda? Sem ofensa, claro...
- Aiacos está me ajudando a mandar esses eidolons de volta para o Inferno, da onde fugiram. Nós viemos aqui porque a chave para o nosso triunfo deve ser a identidade de um eidolon desconhecido, o Inominado.
- Em algum momento ele virou um monstro faminto, mas já foi uma divindade importante. É dito que ele foi o Primeiro Imperador do Universo. – completou Aiacos.
- Sabe algo sobre esse deus antigo, Jacques?
- Hum... Primeiro Imperador do Universo... Não é estranha essa expressão.
- Vamos consultar os arquivos, venham!
Nos arquivos do Centro de Cosmologia, o conhecimento era armazenado em forma de memórias em cristais de oricalco. O Cavaleiro de Bússola buscou o cristal com a ressonância daquilo que ele procurava. Ele demorou um pouco, mas encontrou a informação relacionada à esquecida divindade.
- Achei! Aqui diz quem foi aquele que primeiro regeu o universo... Humm... Deixe-me ver...
- O que diz aí?
- Phanes! O Deus-Luz! O criador da porra toda!
- Ele criou o universo? Não brinca!
- Não exatamente, mas aqui diz que a luz de Phanes revelou o universo em seus detalhes e acredito que isso queira dizer que de certa forma ele criou este plano existencial em que estamos. Ele transformou algo bruto e inóspito em um lugar onde a vida pudesse florescer.
- Incrível... Um deus benévolo e importante... Tamanha contribuição e agora ele passa seus dias como uma massa amorfa de energia que devora irracionalmente tudo que encontra. Esse destino é pior do que qualquer sentença que o Aiacos já tenha proferido. – ponderou Malakh.
- Ele se converteu no bruto e inóspito, justamente aquilo que ele detestava. Realmente um destino cruel. – concordou Aiacos, para a surpresa do Canceriano.
- Receio que isso seja tudo o que temos sobre Phanes... – lamentou Jacques.
- Terá de ser suficiente nesse caso.
Nesse momento, Aiacos notou algo errado no Novo Inferno. Malakh igualmente havia percebido que o mundo inferior tinha sido invadido por alguém com um poder avassalador.
- Devemos ir imediatamente. – Aiacos estava preocupado com a incógnita que surgira.
- Sim, devemos ir até lá averiguar esse cosmo impressionante que acabou de adentrar o Inferno sem ser convidado...
- Cuide-se, Jacques. E cuide desse lugar...
- Ah, e por favor, devolva as pessoas para algum lugar seguro da civilização. – requereu Malakh apontando na direção daqueles que haviam sido possuídos por eidolons.
- Pode deixar comigo, Malakh! – respondeu o Cavaleiro de Bússola prontamente.
O duunvirato então partiu para o seu território infernal, desaparecendo instantaneamente sob os olhos de Jacques.
- Boa sorte... – disse Jacques consigo mesmo.
Última edição por Malakh em Sex Mar 19 2021, 20:40, editado 1 vez(es)
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Qua Mar 17 2021, 02:49
No Neoinferno, Aiacos e Malakh atravessavam a Megacidade de Tegmine. O mundo inferior tecnológico criado pelos dois tinha uma explicação: há mais pessoas mortas do que vivas, motivo pelo qual mão de obra não faltava naquele local.
A Megacidade de Tegmine era o lugar para onde iam as pessoas que viveram de forma justa. Lá, teriam uma segunda chance, dessa vez eterna. Não havia utopia nenhuma naquele lugar, ele era tão defeituoso quanto o mundo dos vivos.
Malakh não quis recriar um paraíso como os Campos Elísios, pois considerava que a ideia de paraíso varia de pessoa para pessoa, de modo que não haveria um lugar ideal para todos e somente num local caótico como numa megacidade cada um poderia buscar e alcançar seus objetivos máximos, sua raison d'être.
Aiacos, que achava que ninguém merecia o paraíso, logo concordou com Malakh e assim surgiu a Megacidade de Tegmine, o lar das almas que, segundo o Canceriano, “até que eram bacanas ou pelo menos tentaram”.
Diferentemente do Meikai original, a dupla de magistrados dividiu o mundo inferior em apenas dois territórios: Tegmine, o destino dos justos, e as Terras Devastadas, para onde iam as almas dos injustos, ou seja, o inferno propriamente dito.
O duunvirato infernal seguiu para as Terras Devastadas onde foram recepcionados por Kiew de Dullahan, que dirigia o local na ausência deles.
- Egrégios julgadores, é bom revê-los. Eu os saúdo! – disse Kiew se curvando diante da dupla.
- Vá direto ao ponto, Kiew... O que houve aqui? – Aiacos estava impaciente.
- Um indivíduo emitindo uma cosmoenergia muito poderosa adentrou os portões do inferno sem ser convidado, mas asseguro que ele não parece estar fazendo nada de ameaçador. Ele somente está olhando atentamente as instalações. – explicou Kiew.
- Nada de ameaçador? Isso é o que nós vamos ver. Cadê o dito cujo? – disse Malakh visivelmente puto com a invasão.
Kiew levou Aiacos e Malakh até o topo da Colina do Yomotsu, onde encontraram o invasor, que sorriu ao ver os dois.
- Identifique-se. – ordenou um Malakh ainda puto.
- Sou Xelontias do Segredo, irmão de Oderode, aquele que vocês enviaram para cá há não muito tempo. – ele falava de forma suave e em um tom baixo, quase que como sussurrando.
- Um eidolon de elite... Já entendi, veio tentar soltar a alma daquele pobre diabo de novo, né? – Malakh estava mais puto ainda.
- Ah, não... Eu sempre o detestei com aqueles delírios megalomaníacos e seus sonhos de dominação.
- Parece que esse aí só queria voltar para o inferno mesmo... – disse Aiacos fazendo troça com Xelontias.
- Não exatamente... É que eu já vi tudo o que tinha para ver no mundo dos vivos, então decidi vir conhecer o único lugar novo que faltava.
- Sei...
- Aliás, estive observando vocês e me interessei muito pelo seu livro, Malakh. Posso dar uma olhadinha nele? No Necronomicon? – perguntou Xelontias por um melódico murmúrio.
- Que ótimo, um stalker... Não está comigo o livro. – Malakh revirava seus olhos.
- Ah, eu sei... O livro está com Juno de Áries, que vive no topo do Monte Jandara e age como guardião da Água da Vida... Poderia me levar até lá?
- O desgraçado faz jus ao título de eidolon do segredo mesmo, hein? – brincou Aiacos.
- Pois é... Não, eu não vou lhe levar até lá, Xelontias. Eu vou lhe levar para o fundo desse abismo e você vai ficar lá junto do seu irmãozinho.
- Isso não parece muito justo, afinal eu não fiz mal para uma mosca sequer desde que saí do Meikai. – contestou Xelontias.
- Malakh, esse cara sabe muito, ele é um viciado em conhecer o desconhecido. Talvez ele possa ter alguma informação útil que possamos trocar por um tempinho aqui como nosso convidado. O que acha?
- Pensando bem, um acordo momentâneo pode ser conveniente mesmo... O que você sabe sobre o eidolon Inominado? – o Cavaleiro de Câncer questionou a Xelontias.
- Eu... Eu não sei quem ele é... – respondeu o eidolon decepcionado consigo.
- O Inominado é Phanes. Isto nós já sabemos. – Aiacos esclareceu.
- Oh, Phanes! O esquecido deus da luz... Faz sentido! Não se sabe muito sobre ele, mas eu sei tudo o que há para saber...
- Posso trocar essa informação pelo Necronomicon?
- Nem pensar! – respondeu Malakh prontamente.
- Certo... Então eu aceito a sugestão de Aiacos. Serei um convidado aqui no Inferno e irei conhecer cada canto daqui. Que tal?
- Sim, pode deixar que Kiew irá pessoalmente te levar a um tour especial pelo Novo Inferno.
- Perfeito. Como gesto de boa-fé, podem me explicar a nova configuração do Yomotsu?
- Vai lá, a ideia foi sua, Aiacos.
- Muito bem... O abismo do Yomotsu, que antes era a entrada para o Meikai, agora é o local para onde vão os considerados injustos em vida, aqueles que cometeram pecados imperdoáveis e que devem receber o castigo eterno. – Aiacos iniciava a sua explicação.
- O Abismo é dividido em sete níveis.
- No primeiro nível estão os narcisistas. Lá eles estão condenados a eternamente olharem seus reflexos enquanto afundam por um mar de espelhos com seus corpos carcomidos pelos efeitos da morte, ou seja, pela putrefação.
- No segundo nível, por sua vez, estão os assassinos, condenados a sentirem toda a dor que infligiram às suas vítimas aos entes queridos delas ao mesmo tempo e para todo o sempre.
- Os estupradores são jogados no terceiro nível, onde perdem o controle de seus corpos etéreos e passam a ser meros passageiros deles, apenas assistindo o que acontece com eles próprios. Naquele lugar, eles são obrigados a passar o dia cortando seu corpo e comendo seus pedaços, a começar pelas partes íntimas. No dia seguinte, o ciclo se repete e assim por diante.
- O quarto nível é o destino dos exploradores, aqueles que em vida se aproveitaram de situações de injustiça para ganhar vantagem com elas sobre os injustiçados. Eles são forçados a finalmente trabalharem. O trabalho pesado e inútil é realizado de forma ininterrupta: ajoelhados, eles devem limpar o piso, que está sempre sujo pelas fezes deles próprios, que não param de sair de seus orifícios por um só segundo.
- No quinto nível ficam os genocidas, os quais são esquartejados e mergulhados em um lago de sangue fervente de todas as suas vítimas, onde seu sofrimento é infindável.
- O sexto nível é o ponto de chegada dos indiferentes, aqueles que testemunharam situações de injustiça e preferiram não fazer nada a respeito quando podiam. O ápice do egoísmo é punido da seguinte forma: a todo o momento eles são forçados a assistir aquilo que ignoraram, o sofrimento alheio, e não há outro pensamento nem outra imagem que permeie suas mentes pela eternidade.
- No último nível, está o Calabouço Maldito, o local em que os eidolons cumprem as penas impostas por mim, punições estas que variam para cada caso.
- Interessante... – disse Xelontias.
- Cumprirei minha parte do acordo agora. Para falar de Phanes, primeiro eu preciso falar de Tescalogia.
- O quê?! – Malakh estava surpreso.
- Não reflete bem a realidade a informação de que Tescalogia se alimentou do cosmo de deuses mortos. É difícil matar os deuses de forma definitiva. Na maior parte, Tescalogia absorveu o poder de deuses caídos em batalha, isto é, vivos!
- Foi o que ocorreu com Phanes. No entanto, o corpo mortal de Tescalogia não aguentou todo o poder daquele que havia sido o Primeiro Imperador do Universo e, assim, Tescalogia morreu antes de conseguir devorá-lo completamente.
- Aquele evento corrompeu a natureza de Phanes, pois boa parte de suas memórias e daquilo que ele era foi devorada por Tescalogia. O que restou não era mais o deus, mas outra coisa, o que agora sabemos exatamente o que é.
- Tem alguma forma de ele voltar ao que era? Phanes pode retornar? – questionou Malakh.
- Sim, é possível... Você só tem de lembrá-lo de quem ele é...
- E como faço isso? O Inominado não fala nada com nada! – retrucou o Canceriano.
- Sendo devorado, oras...
- Tá de sacanagem!
- Ele está lá dentro em algum lugar. Seja absorvido e encontre-o. Diga ao que restou de Phanes que ele era um deus belo e iluminado. Faça-o lembrar de como ele salvou os três grandes deuses, Zeus, Poseidon e Hades, que seriam mortos pelo pai deles, Cronos. Este é o acontecimento mais importante que eu conheço relacionado a ele e isto deve bastar.
Com o acordo ajustado e com a informação de que precisavam, Aiacos e Malakh deixavam o Neoinferno em busca do eidolon Inominado.
Última edição por Malakh em Sex Mar 19 2021, 20:27, editado 1 vez(es)
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Qua Mar 17 2021, 04:00
Em meio às luzes noturnas de Manhattan, Nova Iorque, uma multidão corria e gritava desesperada. O bando rumava todo em uma só direção ostentando uma expressão de enorme pavor.
Logo atrás da multidão, um homem a seguia calmamente segurando uma lâmina flexível que usava para apunhalar cada um que alcançava.
Era Tescalogia.
A lâmina do Eidolon de Elite perfurava rapidamente as pessoas e aparentemente sugava tudo delas, de modo que restavam apenas seus ossos e roupas.
- Não temam... Há algo maior que a vida lhes aguardando... – dizia ele sem ser ouvido por nenhuma das suas desesperadas vítimas.
- A vida é um fenômeno altamente superestimado e este mundo está obsoleto! – Tescalogia bradava enquanto ceifava mais dezenas de vida rapidamente.
No entanto, Tescalogia avistou uma pessoa correndo no sentido contrário aos demais. Ela corria para a sua direção. E logo ele viu outras fazendo a mesma coisa.
Nesse momento, um ar gélido atravessou a espinha de Tescalogia. Ele sabia que havia chegado o momento que estava fadado a ocorrer.
- Enfim, nos encontramos mais uma vez... Phanes! – Tescalogia se deparava com uma massa amorfa e grotesca que exibia um cosmo extremamente ameaçador.
Aquele conhecido como O Inominado brevemente assumiu uma forma humanoide apenas para intimidar seu oponente:
- Vou te quebrar e consumir teu cosmo bem devagar para teres uma morte tão lenta que vais se sentir morrendo por um tempo imensurável! Serei teu castigo eterno! – anunciou o Inominado logo antes de voltar ao seu estado amorfo.
- Que surpresa, esse monstro sabe falar! Imagino que você já tenha abocanhado praticamente todos os demais eidolons, mas isto não vai acontecer comigo. Você já deveria saber disso, mesmo nesse estado lamentável em que se encontra.
Tescalogia se preparava para investir contra o Inominado quando o prelúdio do confronto é interrompido por duas luzes que se apresentavam: uma amarela e outra violeta.
- Vocês não iam começar sem a gente, né? – era Malakh falando ao lado de Aiacos.
- Bem na hora, magistrados! Bravo! Estou grato por terem se livrado dos outros por mim. – Tescalogia aplaudia de forma jocosa. Ele se divertia com o encontro das peças mais importantes de seu tabuleiro, era como se estivesse aguardando por isso.
Todavia, uma nova interrupção parecia não estar nos planos do Eidolon de Elite. Outra luz dourada surgia e desta vez trazia mais de duas figuras.
- Juno! – gritou Malakh em tom de euforia.
Com suas habilidades telecinéticas, Juno de Áries havia trazido consigo o Grande Mestre do Santuário, Kai de Tucano, com um exército de seus centauróides, além dos cavaleiros de prata, Saiph de Órion, Altarf de Corvo e Bran de Cães de Caça, que haviam sido encontrados por eles.
Surpreendentemente, Alberich X também estava junto do grupo transportado por Juno.
- Fala sério! Até você? – Malakh estava incrédulo.
- Eu também quero viver! – respondeu Alberich X sem titubear.
Tescalogia já não estava mais tão contente, pois havia incógnitas no jogo agora.
- Pelo jeito, vou fazer um lanchinho saboroso hoje! HAHAHAHA! – caçoou o Inominado enquanto transformava seu corpo asqueroso.
- Não, docinho. O seu lanche vai ser comigo! – disse Malakh investindo contra o Inominado.
- Segurem esse cara aí que eu já volto! – clamou o Canceriano aos seus amigos.
Malakh de Câncer então adentrava a massa disforme do Inominado voluntariamente por meio da utilização do sekishiki. Era como se estivesse sendo consumido como da outra vez em que lutou contra aquele monstro, mas dessa vez o ingresso consciente fez com que o Inominado ficasse paralisado.
- É isso! Esqueçam o Inominado por enquanto e vamos tocar o terror nesse filho da puta! – Aiacos apontava para Tescalogia.
Última edição por Malakh em Sex Mar 19 2021, 20:24, editado 1 vez(es)
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Qua Mar 17 2021, 23:38
O grupo então disparava na direção de Tescalogia, que o encarava com um sorriso sádico.
- Venham! Conheçam a Devoradora de Mundos! – bradou empunhando a sua temida lâmina.
RESPLENDOR DA MORTE GALÁTICA! – Aiacos se adiantou aos demais e lançou sua grande técnica, mas ela não atingiu Tescalogia, pois ele desapareceu bem a frente de seus olhos.
- Não pode ser! Aonde ele foi? – perguntava-se Aiacos olhando à sua volta.
- Ele ainda está aqui... Em algum lugar... – disse Alberich X também percorrendo a área com seus olhos.
- Shhh... – Juno os mandou ficarem quietos, como se estivesse ouvindo algo.
Depois de alguns momentos, Tescalogia surgiu a partir da sombra de Saiph e apunhalou o Cavaleiro de Órion com ela, o consumindo de imediato.
- Não!!! Seu maldito! – gritou Altarf de Corvo.
- Vocês vão aprender porque sou Tescalogia das Sombras... HAHAHA!
- Ele vai desaparecer de novo! – alertou o Bran de Cães de Caça, pouco antes de Tescalogia novamente desaparecer da vista de todos.
- Recuem, cavaleiros de prata! Precisamos de uma estratégia... Altarf, use seus corvos para rastrear a localização dele entre as sombras. E Bran, leia a mente dele e tente nos dar alguma vantagem. – ordenou o jovem Grande Mestre ao qual acenaram os Cavaleiros de Prata, que logo colocaram em prática aquela tática.
---
Enquanto isso, no interior do Inominado, Malakh buscava o que havia restado de Phanes.
Havia passado somente alguns instantes desde que ele entrara naquele plano espiritual, mas parecia que estava lá há meses, talvez até anos. O tempo se comportava de forma completamente diferente por lá.
Em meio ao breu recheado por memórias antigas e esquecidas daquela entidade, Malakh ouviu um choro incessante.
“Deve ser aqui!” – pensou.
No entanto, quando o Canceriano se aproximou, ele encontrou uma figura já conhecida.
- Ah... É você, D’za-maena... – lamentou Malakh por ter encontrado aquela megera em vez daquele que era seu objetivo.
- Malakh! Ajude-me a sair daqui! Você tem de me ajudar! – implorou a eidolon.
- Sei não, viu... Da última vez, você tava tentando me matar e, antes disto, tentou me escravizar e me fazer matar o Aiacos.
- Eu sinto muito! – D’za-maena chorava igual a uma criança. – Estou aqui há uma eternidade, sinto como se já tivessem passado milênios...
- Parece que este virou seu inferno privado então... É, quem sabe você já tenha pagado o suficiente pelos seus crimes... – ponderou Malakh.
- Tire-me daqui e eu vou lhe servir, Malakh. Pela eternidade... Por favor!
- Sei... Vamos ver isso aí, mas, por ora, me ajude a encontrar um deus muito antigo que habita este lugar e então deixaremos este inferninho. – disse o Cavaleiro de Ouro.
- Um deus? Aqui? Quem sabe por lá... – apontou D’za-maena na direção de um abismo no horizonte onde as confusas memórias que decoravam a área pareciam terminar.
Aquele caminho parecia tomado por sentimentos de vergonha e desespero. Os dois não gostavam de ter que rumar para lá, uma sensação ruim os abatia quanto mais se aproximavam, mas tudo indicava que aquele era mesmo o paradeiro de uma divindade arruinada.
Assim, Malakh e D’za-maena seguiram o doloroso trajeto para encontrar Phanes.
- Venham! Conheçam a Devoradora de Mundos! – bradou empunhando a sua temida lâmina.
RESPLENDOR DA MORTE GALÁTICA! – Aiacos se adiantou aos demais e lançou sua grande técnica, mas ela não atingiu Tescalogia, pois ele desapareceu bem a frente de seus olhos.
- Não pode ser! Aonde ele foi? – perguntava-se Aiacos olhando à sua volta.
- Ele ainda está aqui... Em algum lugar... – disse Alberich X também percorrendo a área com seus olhos.
- Shhh... – Juno os mandou ficarem quietos, como se estivesse ouvindo algo.
Depois de alguns momentos, Tescalogia surgiu a partir da sombra de Saiph e apunhalou o Cavaleiro de Órion com ela, o consumindo de imediato.
- Não!!! Seu maldito! – gritou Altarf de Corvo.
- Vocês vão aprender porque sou Tescalogia das Sombras... HAHAHA!
- Ele vai desaparecer de novo! – alertou o Bran de Cães de Caça, pouco antes de Tescalogia novamente desaparecer da vista de todos.
- Recuem, cavaleiros de prata! Precisamos de uma estratégia... Altarf, use seus corvos para rastrear a localização dele entre as sombras. E Bran, leia a mente dele e tente nos dar alguma vantagem. – ordenou o jovem Grande Mestre ao qual acenaram os Cavaleiros de Prata, que logo colocaram em prática aquela tática.
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Enquanto isso, no interior do Inominado, Malakh buscava o que havia restado de Phanes.
Havia passado somente alguns instantes desde que ele entrara naquele plano espiritual, mas parecia que estava lá há meses, talvez até anos. O tempo se comportava de forma completamente diferente por lá.
Em meio ao breu recheado por memórias antigas e esquecidas daquela entidade, Malakh ouviu um choro incessante.
“Deve ser aqui!” – pensou.
No entanto, quando o Canceriano se aproximou, ele encontrou uma figura já conhecida.
- Ah... É você, D’za-maena... – lamentou Malakh por ter encontrado aquela megera em vez daquele que era seu objetivo.
- Malakh! Ajude-me a sair daqui! Você tem de me ajudar! – implorou a eidolon.
- Sei não, viu... Da última vez, você tava tentando me matar e, antes disto, tentou me escravizar e me fazer matar o Aiacos.
- Eu sinto muito! – D’za-maena chorava igual a uma criança. – Estou aqui há uma eternidade, sinto como se já tivessem passado milênios...
- Parece que este virou seu inferno privado então... É, quem sabe você já tenha pagado o suficiente pelos seus crimes... – ponderou Malakh.
- Tire-me daqui e eu vou lhe servir, Malakh. Pela eternidade... Por favor!
- Sei... Vamos ver isso aí, mas, por ora, me ajude a encontrar um deus muito antigo que habita este lugar e então deixaremos este inferninho. – disse o Cavaleiro de Ouro.
- Um deus? Aqui? Quem sabe por lá... – apontou D’za-maena na direção de um abismo no horizonte onde as confusas memórias que decoravam a área pareciam terminar.
Aquele caminho parecia tomado por sentimentos de vergonha e desespero. Os dois não gostavam de ter que rumar para lá, uma sensação ruim os abatia quanto mais se aproximavam, mas tudo indicava que aquele era mesmo o paradeiro de uma divindade arruinada.
Assim, Malakh e D’za-maena seguiram o doloroso trajeto para encontrar Phanes.
Última edição por Malakh em Sex Mar 19 2021, 20:21, editado 1 vez(es)
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Qui Mar 18 2021, 00:19
Fora do Inominado, a luta contra Tescalogia continuava. O Eidolon de Elite estava destruindo os centauroides do Santuário e saltando de sombra a sombra.
Todavia, os corvos de Altarf podiam enxergar por entre as sombras e tentavam acompanhar Tescalogia, de modo que apontavam a direção de onde ele poderia estar, dando uma chance de reação ao grupo.
- Ele vai atacar o guerreiro-deus! – avisou o Cavaleiro de Cães de Caça imediatamente antes de Tescalogia investir contra Alberich X, que repeliu o ataque da Devoradora de Mundos com sua Espada de Fogo.
Juno de Áries aproveitou esta chance e se posicionou no flanco direito de Tescalogia para soltar sua técnica.
EXTINÇÃO ESTELAR!
A técnica do ariano era tão luminosa que por um breve momento não deixava sombras livres para Tescalogia utilizar. Entretanto, o eidolon conseguiu se esquivar do golpe.
“A velocidade dele está além daquela de um cavaleiro de ouro!” – pensou Juno, surpreso por aquilo.
- Foi uma boa tentativa, mas nem mesmo centenas de vocês seriam páreo para mim... – disse Tescalogia.
- Tsc... Não seja prepotente. Você é só um covarde que se esconde nas sombras. – as secas palavras proferidas por Aiacos pareciam ter efeito sobre o Eidolon de Elite.
- É mesmo isso que você pensa, espectro? – Tescalogia lançava um olhar sinistro sobre o juiz infernal.
- Aiacos! – gritou Bran, tentando o avisar sobre o que estava por vir.
DEVORADORA DE MUNDOS! – Tescalogia então disparou contra Aiacos numa velocidade alucinante.
O Espectro de Garuda não conseguiu reagir a tempo, porém foi salvo no último instante por Juno, que havia se teleportado para a sua frente ao ouvir o aviso do Cavaleiro de Prata.
Juno, no entanto, foi atingido pela lâmina de Tescalogia.
GARUDA FLAP! – Aiacos rapidamente inverteu a gravidade sobre Tescalogia, jogando-o para o alto, para não permitir que ele consumisse Juno com sua lâmina.
Nesse momento, Kai comandava os seus centauroides para rodear Juno, que estava caído ao chão, e buscava socorrê-lo. O Grande Mestre logo reparou que se tratava de um ferimento fatal.
- Somos só eu e você na linha de frente, juiz. Espero que se lembre disso depois... – disse Alberich X se colocando ao lado de Aiacos.
Naquela arena urbana, o espectro e o guerreiro-deus estavam rodeados por corvos enquanto encaravam o eidolon. Era uma cena dantesca que trazia um suave sorriso ao rosto de Tescalogia.
---
Dentro do Inominado, Malakh e D’za-Maena percorriam o caminho pelo que pareciam ser muitos anos, mesmo décadas.
O tempo era tamanho que os inimigos até acabaram por desenvolver uma amizade, talvez até algo além disto.
O trajeto era marcado por frustrações e pelo pessimismo de que um dia eles encontrariam Phanes. A procura, todavia, estava prestes a chegar ao final, pois uma fraca luz agora começava a ser percebida no horizonte tomado de trevas.
Os dois foram ao encontro da luz e se depararam com uma figura desolada e retraída. O brilho que ela emitia era muito diminuto, mas mostrava que ainda havia um resquício do antigo deus.
- Phanes... – disse Malakh ao se aproximar.
Encolhido e com os braços envolvendo suas pernas dobradas, Phanes esboçava nenhuma reação à presença de Malakh.
- Vá lá e chegue mais perto... – sugeriu D’za-Maena.
Quando o Cavaleiro de Câncer encostou sua mão sobre Phanes, a abatida divindade finalmente olhou para ele.
- Do que me chamou? – questionou atordoado.
- Phanes, o deus da luz, o Primeiro Imperador do Universo.
- Eu... Não lembro... Não lembro de nada... – respondeu Phanes com uma voz em tom baixo, quase como um cochicho.
- Há muito tempo, você caiu em batalha contra outros deuses e nesta ocasião um titano chamado Tescalogia consumiu o seu cosmo, sua alma e suas memórias. Parte delas, na verdade, pois ele não conseguiu absorver tudo, acabou morrendo antes. – explicou o Canceriano.
- Consumido? Sim. Isso me lembra de alguma coisa... Uma vontade intensa de devorar tudo... Às vezes sinto medo dela, mas outras vezes ela parece partir de mim mesmo. Eu não entendo...
- Tescalogia corrompeu sua natureza divina e lhe transformou num monstro cujo único propósito é de devorar para compensar o que perdeu. O lugar em que estamos é no seu interior.
- Entendo... Entendo, mas não lembro...
- Você se lembra de Zeus, Poseidon e Hades? – perguntou Malakh.
- Zeus... Sim...
- É dito que você salvou esses deuses de Cronos, que os havia consumido como você foi, mas completamente. Você usou uma poção e Cronos foi obrigado a regurgitar os grandes deuses.
Nesse momento, os antes inexpressivos olhos de Phanes ganharam vida.
- Eu me lembro disso! – Phanes se levantava.
- A batalha entre os deuses e os titãs! Eu me recordo dela! – as memórias do deus se reativavam.
- Obrigado, mortal. Sei quem eu sou agora, ainda que esteja incompleto.
- Que bom que funcionou, pois eu não saberia como sair daqui a essa profundidade. Além do mais, realmente precisamos de você contra Tescalogia! – Malakh estava contente por ter funcionado.
- O meu algoz retornou? Vocês podem contar comigo, tanto pela minha gratidão quanto pela justiça a ser feita quanto a esse ser vil que precisa ser impedido de uma vez por todas. – declarou Phanes.
- Ótimo, não vejo a hora de sair deste lugar... – D’za-Maena estava aliviada.
Phanes então começava a brilhar de maneira cada vez mais forte.
- Posso saber os nomes dos meus heróis?
- Eu me chamo Malakh e sou um Cavaleiro de Atena. Esta é... – antes de apresentar D’za-Maena, o Canceriano foi interrompido por Phanes.
- Atena tem cavaleiros? Devo ter ficado muito tempo por aqui mesmo...
As trevas do interior da alma do Inominado então eram completamente dominadas pela luz de Phanes.
Última edição por Malakh em Sex Mar 19 2021, 20:19, editado 1 vez(es)
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Qui Mar 18 2021, 02:19
No centro de Manhattan, Aiacos de Garuda e Alberich X de Megrez encaravam Tescalogia.
O Eidolon de Elite novamente despareceu entre as sombras e os corvos de Altarf alternavam seu trajeto de voo para indicar onde ele estava.
- Cuidado! – gritou Bran.
Ao ouvir o aviso, Alberich X se defendeu do ataque de Tescalogia, que uma vez mais surgia de sua sombra. O guerreiro-deus repeliu a investida com a sua Espada de Fogo e Aiacos tentou flanquear o Eidolon de Elite, mas sem sucesso porque ele voltou a se refugiar nas sombras.
Esse ciclo se repetiu algumas vezes, com Aiacos e Alberich X se defendendo e outro buscando um contra-ataque que era sempre mal sucedido. Os dois e os cavaleiros de prata já estavam cansados e sabiam que não poderiam suportar por mais muito tempo.
“Estamos lascados...” – pensou Alberich X.
Foi quando uma explosão luminosa ocorreu onde o Inominado estava paralisado e dali surgiram Malakh, D’za-Maena e uma figura desconhecida por todos que ali lutavam. Era Phanes.
- Incrível! – bradou Kai.
- Já era hora... – Aiacos comemorava sem se exaltar.
Phanes tomou a dianteira e surgiu diante de Tescalogia emanando uma luz tão poderosa que nenhuma sombra resistiu a ela.
- Você?! Não pode ser! – Tescalogia não acreditava que o antigo deus pudesse ter retornado.
- Desapareça, ser das trevas! – bramiu Phanes com uma poderosa voz que retumbava por toda a cidade.
O deus da luz estendeu a palma de sua mão na direção de Tescalogia e emitiu um raio luminoso que expurgou a alma repulsiva do eidolon de dentro do receptáculo humano, que caiu ao chão inconsciente, porém vivo.
- Ele acabou com Tescalogia como se não fosse nada! É mesmo impressionante! – Alberich X parecia eufórico com o que vira.
- Ainda não acabou... Enquanto a alma de Tescalogia estiver por aí, ele vai poder possuir outro receptáculo humano, sendo esse ou qualquer outro deste mundo. – disse Phanes retornando para perto do grupo.
- Sim, temos de ir até Necropolis, o plano existencial criado por Tescalogia. Lá é onde encontra a maior parte de sua alma e de seu poder, que não cabem em nenhum hospedeiro humano. – esclareceu Malakh.
- Vai ser osso duro de roer... – completou.
- Abrirei um portal para acessar Necropolis e acabaremos com ele de uma vez por todas. – falou Phanes.
- Malakh, eu acho que ele não vai sobreviver... – disse Kai chamando atenção para Juno de Áries, que estava ferido.
- Juno!
- Vocês precisam levar Juno ao topo do Monte Jandara e imergi-lo na Água da Vida. É a única forma de salvá-lo.
- Mas e Tescalogia? – questionou Altarf de Corvo.
- É bom rever vocês, nobres Cavaleiros de Prata, mas o percurso para Jandara é difícil e todos vocês devem ir para que Juno tenha alguma chance de sobreviver. Deixem o resto conosco.
- Certo. Vamos logo, não há mais tempo a perder! – disse Kai.
O Grande Mestre e os Cavaleiros de Prata levaram Juno acompanhados pelo que restou dos centauroides.
Phanes então abriu um portal e o adentrou sendo seguido por Aiacos, Alberich X, D’za-Maena e Malakh.
Última edição por Malakh em Sex Mar 19 2021, 20:16, editado 1 vez(es)
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
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