Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Sex Mar 19 2021, 05:27
Phanes, os magistrados infernais e os eidolons de excelência estavam explorando Necropolis, um reino espiritual adjacente ao mundo real que fora criado por Tescalogia para armazenar todo o poder que ele roubou dos deuses caídos em batalha.
O lugar tinha um céu de cor púrpura exatamente como Aiacos e Malakh haviam visto anteriormente, naquilo que achavam ser sonhos, mas que se revelou ser um temporário rapto de suas almas para aquele plano perpetrado por Tescalogia.
Assim como Tegmine, Necropolis era uma espécie de megacidade, mas muito diferente da primeira. A principal diferença era que, em Necropolis, as almas absorvidas por Tescalogia não apresentavam nenhuma expressão e meramente agiam como engrenagens para manter a cidade em funcionamento. Sem qualquer viveza, elas estavam condenadas a fazer parte daquele lugar como se fossem células de um corpo.
Necropolis também era marcada por vultosas pirâmides e estátuas em homenagem a Tescalogia, além de outras estruturas estranhas.
- Tenham cuidado, Tescalogia é o deus desta dimensão. – alertou Phanes aos demais.
No alto da maior pirâmide que podia ser vista, encontrava-se um cosmo colossal. O grupo sabia que Tescalogia somente poderia estar lá, então se dirigiu para aquele local.
Quando chegou ao cume, o grupo avistou Tescalogia sentado em seu trono os aguardando.
- Fiquei surpreso em ver que conseguiste retornar ao que eras, Phanes... Pensei que estavas destinado a viver como um devorador de almas como eu... Uma pena realmente. – disse Tescalogia de forma suave ao se levantar de seu trono.
- Isto acaba agora. Não permitirei que faças a mais ninguém o que fizeste a mim e a outros. – respondeu Phanes.
- Ah, sim... Quanto a isso...
INFESTAÇÃO SOMBRIA! – Tescalogia lançava sua técnica e inúmeras sombras com sua silhueta saiam de seu corpo para agarrar e imobilizar seus oponentes.
- Mas o que diabos é isso? – esbravejou Malakh enquanto era imobilizado por várias das sombras de Tescalogia, o que também ocorria com os demais integrantes do grupo.
- Essas sombras são quase tão poderosas quanto eu. Elas podem até mesmo lutar como eu luto. E eu posso criar quantas eu quiser. – Tescalogia estava confiante com sua grande técnica.
- Maldição! – Aiacos tentava se desvencilhar, mas era subjugado pelas sombras.
- Não temam. Vocês vão ser consumidos por mim e farão parte de mim. Serão eternos como parte integrante de um deus e de um plano existencial onde o caos e a mudança não têm vez.
- A perfeição é um estado inerte. Uma vez alcançada, a perfeição jamais se altera, sob pena de deixar de ser perfeita.
- Esta é a perfeição, meus caros. Necropolis é esse estágio de existência. A existência perfeita e imutável! – clamou Tescalogia.
- HA! Não me faça rir! Não há nada de perfeito nisso! – exclamou Aiacos em tom provocativo.
- Verdade, meu camarada. Esse seria o fim de toda a vida e não pode haver perfeição sem vida! Não há existência que valha à pena sem ela! – acrescentou Malakh.
- A perfeição sequer pode ser alcançada! Estamos dentro do delírio de um tolo! – D’za-Maena também tentava se libertar do abraço das sombras.
- Tsc.. Argumentos de seres inferiores como vocês não atingem a verdade dos fatos. O caos pode gerar as condições para a ordem, mas ele deve ter um fim com uma ordem absoluta e imutável. Caso contrário, mais cedo ou mais tarde haverá um retrocesso evolutivo que desperdiça a chance de sermos eternos e estarmos acima das mesquinharias da vida mortal.
- Eles estão certos, não passas de um tolo que não entendeu nada. A beleza da vida é esse elemento caótico com o qual um ser influencia o outro ao mesmo tempo em que também é influenciado, de maneira que as coisas mudam com o tempo, tanto os seres quanto os ambientes em que vivem. Esta sim é a força constante da natureza, esta é a verdadeira integração entre os seres e foi isto que eu criei! – Phanes asseverou com veemência, inspirando os demais, que agora queimavam seus cosmos de modo mais intenso.
O deus da luz então ergueu seus braços e emitiu raios luminosos pulverizando as sombras de Tescalogia.
- Ataquem agora! – clamou Phanes.
ESPADA DO FOGO! – Alberich X soltou uma labareda de fogo com sua espada, mas seu golpe foi repelido com um só braço por Tescalogia.
REDEMOINHO DOS VENTOS UIVANTES! – D’za-Maena girou sua lança e disparou um furacão contra Tescalogia, mas, novamente, o titano simplesmente desviou o ataque de sua rota com sua mão.
- Bora, Aiacos. Do jeitinho que eu te ensinei!
CHAMAS DO INFERNO!
CONQUISTADOR DE INDRA!
Chamas azuis e negras se convergiam e atacavam a alma de Tescalogia. No entanto, o ataque combinado do duúnviro infernal também foi inútil contra o titano.
- Poupem-me...
- Desapareça! – Phanes novamente lançava sua luz contra Tescalogia.
Todavia, diferentemente de como aconteceu da outra vez, o titano absorveu a luz e a converteu em trevas, lançando o ataque de volta contra Phanes, que foi derrubado ao chão.
- Phanes! Não pode ser! – Malakh estava incrédulo com o poder de seu adversário.
- Aiacos, use o livro! – sugeriu Alberich X, observador como sempre. Ele tinha visto o potencial do Necronomicon pessoalmente quando Malakh o utilizou.
-Tudo bem, Aiacos... Pode usá-lo...
- Muito bem... – Aiacos assentiu à recomendação.
O Juiz do Neoinferno abriu o livro maldito e ele começou a pairar no ar logo à sua frente e a folhear todas as páginas. Ao mesmo tempo, Malakh começou a levitar e seus olhos se tornaram completamente brancos como a cor de seus cabelos.
Última edição por Malakh em Sex Mar 19 2021, 20:13, editado 1 vez(es)
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Sex Mar 19 2021, 19:22
Conforme as páginas passavam, a Armadura de Ouro de Câncer se enegrecia e mudava de forma. Com o fim do livro, a transformação estava completa e Malakh já não era mais ele mesmo, ele era o próprio Necronomicon e todas as poderosas almas sacrificadas ao artefato.
Aiacos então pegou o Livro dos Mortos em suas mãos e passou a folheá-lo de trás para frente em busca de algo útil.
- Interessante, mas não vai mudar nada! – esbravejou Tescalogia.
O Eidolon de Elite moldou as sombras da sala em armas e as arremessou contra Malakh, que foi perfurado por todas elas. Alberich X e D’za-Maena nem conseguiram ver o ataque, tamanha a velocidade. Era abissal a diferença entre seus poderes e Tescalogia.
No entanto, Malakh se reergueu mesmo com seu corpo trucidado pelo golpe de Tescalogia.
Durante esse tempo, Aiacos havia encontrado o que procurava. O Necronomicon era escrito em sumério e, por sorte, este era um idioma dominado pelo Juiz do Inferno e antigo rei dos tempos mitológicos. Assim, ele começou entoar o feitiço:
- Minha voz ressoa na música dos cosmos.
- Nego o real.
- Nego os limites.
- As luzes afundam.
- As trevas emergem.
- Noite eterna.
- Minhas trevas viram tuas.
- Atormente mundos inteiros!
Com o cântico recitado por Aiacos, o corpo perfurado de Malakh era integralmente restaurado e seu cosmo negro se expandia ao infinito.
“Que livro é esse?” – pensava Tescalogia consigo.
O eidolon das sombras partiu em disparada em direção a Aiacos para interromper o cântico, mas foi interceptado por Malakh que o empurrou para longe.
- Chega.
Tescalogia passou a trocar golpes com o Cavaleiro da Morte em velocidade acima da luz enquanto Aiacos continuava a entoar o feitiço.
Em dado momento, Tescalogia formou em sua mão uma lâmina de sombras e tentou perfurar Malakh, mas a espada atravessou o corpo do cavaleiro sem o ferir.
- Intangibilidade! – Alberich X observou que o corpo de Malakh estava alternando entre o estado físico e o estado etéreo com uma agilidade absurda. Malakh estava permanentemente com a sua Conexão Etérea ativa.
Tescalogia analisou Malakh atentamente e chegou à mesma conclusão do guerreiro-deus.
- Simples... Somente preciso atacar sua alma e seu corpo ao mesmo tempo. – disse Tescalogia formando outra espada em sua mão, desta vez formada por chamas etéreas.
“Ele domina o Sekishiki!” – analisou Alberich X.
Dessa vez, o possuído Malakh pressentiu a ameaça das duas espadas de Tescalogia e desviou de seus golpes.
- As luzes afundam. As trevas emergem. – Aiacos continuava a entoar o cântico sem parar.
- Basta disso!
INFESTAÇÃO SOMBRIA! – Tescalogia novamente formava várias cópias sombrias suas, que então começavam a atacar Malakh.
Alberich X e D’za-Maena interviram e lutaram contra as sombras, tentando deixar o caminho livre para o Cavaleiro da Morte.
Malakh lançou um mar de chamas azuis contra o Tescalogia e o golpe o acertou em cheio, incinerando a alma dele.
No entanto, o Eidolon de Elite usou suas sombras para apagar as chamas e as absorveu para reparar os danos à sua alma.
- Eu sou um deus... – Tescalogia investia novamente contra Malakh e os dois lutaram a um ritmo absurdo até que o titano conseguiu perfurar o cavaleiro com suas espadas e, desta vez, o braço direito de Malakh foi decepado.
- Malakh! – gritou D’za-Maena.
Aiacos prosseguia com o cântico, mas o braço do cavaleiro parecia não se reconstituir. O possesso Malakh encarava Tescalogia com sua mão sobre o braço cortado e respirando com dificuldades.
- É o seu fim... Foi divertido.
- Não tão rápido! – Phanes havia se recuperado do golpe que sofrera.
- Posso não ser mais um deus completo, posso ter partes faltando, como memórias e poder. Mas ainda sou um deus! – bradou ele.
- Hoje é o dia do acerto de contas, Malakh. Faça o que tem que fazer porque eu já governei a Terra e a única tarefa que falta eu completar é nos livrar desse mal! – disse Phanes olhando para Malakh logo antes de correr em direção a Tescalogia.
- O que pensa que está fazendo?
- Obrigado a todos vocês...
Com uma expressão fantasmagórica, Malakh levantou o braço que lhe restava e estalou seus dedos, detonando a alma de Phanes sobre Tescalogia. A explosão da alma do deus era incomensurável e cegou temporariamente Aiacos, Alberich X e D’za-Maena.
Quando os três voltaram a enxergar, não havia mais nenhum sinal de Malakh nem do livro, o Necronomicon. Eles haviam desaparecido mesmo estando fora do epicentro da explosão que aniquilou os dois deuses.
- Tescalogia se foi finalmente. – disse Alberich X aliviado.
- Onde está o Malakh? – a preocupação D’za-Maena parecia ser genuína.
- Não sinto o cosmo dele em nenhum lugar por aqui. Na verdade, em nenhum lugar mesmo...
- Temos de procurá-lo!
- Não há tempo, temos de ir porque, com a morte de Phanes, o portal que ele abriu está se fechando. Se não formos agora, ficaremos presos aqui para sempre. – afirmou Aiacos.
Com isso, o trio imediatamente deixou Necropolis, que agora era um cenário de devastação.
Última edição por Malakh em Sáb Mar 20 2021, 06:17, editado 1 vez(es)
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Re: Seu Deus Está Morto! - As Desventuras do Cavaleiro da Morte e do Juiz do Inferno
por Malakh Sex Mar 19 2021, 21:06
Após a derrota de Tescalogia das Sombras, a vida voltou ao normal (e a morte também).
No mundo inferior, Aiacos de Garuda se tornou o Imperador do Neoinferno, sendo ele o julgador monocrático de todas as almas dos mortos.
D’za-Maena deixou o corpo de sua hospedeira humana em paz e passou a atuar no mundo dos mortos como espectro de Aiacos, a quem jurou lealdade, trajando a súrplice de Behemoth.
Sem encontrar a alma de Malakh no mundo inferior, os dois aguardavam a volta do Cavaleiro do Tempo e da Morte e tinham a eternidade para isto.
Quando a alma de Tescalogia chegou ao Neoinferno, Aiacos o sentenciou a passar a eternidade com a boca costurada na tubulação dos esgotos de Tegmine, devorando todo o excremento produzido pela megacidade. “Quem sabe agora você se satisfaça em consumir o que é dos outros.” – disse o juiz a ele ao condená-lo.
Alberich X, por sua vez, fugiu do alcance de Aiacos no primeiro momento e agora se encontrava sentado em um penhasco com uma vista impressionante da natureza. Ele abriu sua mochila e olhou rapidamente para o livro que trouxera consigo, o Necronomicon, mas preferiu deixá-lo ali guardado e fechar a bolsa. Ao menos por ora.
Recuperado, Juno de Áries voltou a cumprir seu papel de guardião da Água da Vida. Ele estava com o coração pesado porque não conseguia enxergar Malakh naquelas águas e refletia se era mesmo necessário devolver o Necronomicon à dupla. Os espíritos de Jandara, no entanto, lhe diziam para ter esperança sobre o retorno do Canceriano e era nisto que ele acreditava.
O Grande Mestre Kai finalmente encontrou os poucos cavaleiros que haviam restado e começava a reconstruir o Santuário com a ajuda deles e de seus robôs. O Santuário deixava suas tradições e passava a se tornar mais tecnológico por não ter mais a proteção de Atena.
Kai também enviou Bran de Cães de Caça para procurar por Malakh “neste mundo e nos outros”.
---
Em Necropolis, uma silhueta passava pelas ruínas daquele lugar.
- Todo esse poder abandonado aqui... Que desperdício... – falou Xelontias.
Ele então observou na palma de sua mão um pouco de poeira cósmica que advinha da Carcaça das Sombras de Tescalogia.
- Interessante...
FIM
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